ARTIGO – Sesi Bonecos não foi só sexo explícito, baixaria e palavrões, teve um pouco de cultura também - Por: Marcos Souza - Veja álbum de fotos

Fico triste de saber que um evento desse porte, onde pelo menos dá pra ver que gastaram uma boa verba para sustentar uma estrutura dessa, tão cedo não se aportará por essas terras. >>>

ARTIGO – Sesi Bonecos não foi só sexo explícito, baixaria e palavrões, teve um pouco de cultura também - Por: Marcos Souza - Veja álbum de fotos

Foto: Divulgação

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O penacho febril e revoltado do jornalista Lúcio Albuquerque no seu artigo sobre a pornografia oferecida por uma peça de bonecos, por sinal a última do programa, referida inclusive na programação como sendo “adulta”, pelo projeto “Sesi Bonecos”, tem sua razão e ao mesmo tempo apresenta uma visão unilateral e controvertida. A razão é simples, concordo com ele quando escreve que num ambiente familiar, com muitas crianças, palavrões, situações e frases de teor escatológico não cabem ao texto de uma peça que é apresentada publicamente, num ambiente aberto, onde a práxis exigida para controle de faixa etária para um espetáculo desse nível não está absorto num controle exigido por lei como ocorre em ambientes fechados – teatros, cinemas e salas de espetáculos, por exemplo. Ainda assim que o contexto apresentado pela peça seja condizente com os trejeitos (no caso os personagens em cena) e falas que estão descritas no roteiro, e a peça apresentada seja um clássico brasileiro, baseado no poema do modernista Raul Bopp – editado em 1931 -, e que revigorou a lenda da “Cobra Norato” , que diz em um determinado trecho: “(...) Quero levar minha noiva./ Quero estarzinho com ela numa casa de morar,/ com porta azul piquininha /pintada a lápis de cor./ Quero sentir a quentura do seu corpo de vaivém./ Querzinho de ficar junto/ quando a gente quer bem, bem; (...)”. Concordo com o nobre colega jornalista que assinou o artigo que em alguns pontos existe um apropinquar textual explícito que possam ofender ouvidos mais sensíveis e incomodar os pais mais cuidadosos à educação de seus filhos, até mesmo porque eu estava com os meus no mesmo espaço, dividindo o espetáculo. Mas creio que seria muito leviano destoar toda uma produção cuidadosa e bem realizada – sim, bem realizada (aliás, muito bem realizada.), passível de suas falhas, como toda ação cultural -, por causa de uma peça que estava sendo exibida fora de sintonia com a proposta do ambiente – repito: aberto e acessível à todos, sendo que na programação distribuída e divulgada na imprensa havia a ressalva de que o tema era “adulto”. Para não me repetir bastar reler o segundo parágrafo desse mesmo texto para se situar na lógica. Agora caberia naquele mesmo artigo o nobre jornalista comentar do desfile de bonecos com banda tocando marchinhas e frevos, com o folclórico cidadão de carnaval Burrochaga distribuindo simpatia e cores, dos inúmeros sorrisos e crianças que partilhavam espontaneidade de alegria e exaltação com os bonecos que estavam na Exposição "Sesi Bonecos do Mundo". Poderia falar da segurança do local, com a polícia dando sustentação para que tudo ocorresse de forma ordenada como bem prediz um evento cultural desse porte. Convenhamos meu caro jornalista, Porto Velho carece de muitas melhorias em suas cercanias proletárias e periféricas, contudo um espetáculo dessa natureza, com um porte de organização e atrações diversas quanto a sua temática, “bonecos”, tão cedo a capital vai ter. O colega poderia também ter escrito sobre a distribuição cênica e estrutural de todo o complexo que foi montado para atender melhor o público que ali se encontrava, inclusive mantendo os vendedores ambulantes – pipoqueiros e vendedores de lanches – no perímetro fora da área aberta, justamente para dar mobilidade e mais conforto às pessoas que ali circulavam. Telões espalhados em pontos estratégicos para atender a demanda de espectadores que se encontravam concentrados na frente dos dois palcos principais. O atendimento com o público por parte da organização fez a sua obrigação, distribuiu folhetos, tirou dúvidas quanto ao projeto e orientou sobre as exposições que ali ocorriam. Se me perguntarem à queima-roupa o que achei de tudo, direi que foi muito bom, e se o produto oferecido, ou seja, o espetáculo – e generalizo em todos os dias em que ficou aportado na capital, o que conta a oficina do bonequeiro, cenógrafo e pesquisador de Olinda (PE) Fernando Augusto Gonçalves, que ocorreu no local, me satisfez? Sim, plenamente, e fico triste de saber que um evento desse porte, onde pelo menos dá pra ver que gastaram uma boa verba para sustentar uma estrutura dessa (verba bem aplicada diga-se de passagem), tão cedo não se aportará por essas terras. Pelo menos o público correspondeu e lotou os seus principais dias de espetáculos, sábado e domingo. Ainda assim fica um ranço, um gosto de manteiga velha na boca, por entender que o artigo do nobre jornalista Lúcio Albuquerque deixa explícito um sensacionalismo histriônico no seu título, sobrecarregando na pecha moralista – que condiz e, como já escrevi lá em cima, tem sua razão de ser, mas nada justifica uma visão tão estreita, tão passiva de críticas e unilateral que o mesmo deixou transparecer. "O Sesi Boneco" não foi só palavrões, baixarias e sexo explícito, também foi uma demonstração de respeito pela cultura brasileira, e se o projeto cometeu o deslize que despertou a sanha do nobre colega, só lamento esse pecado. De resto, a crítica é salutar, mas ela tem que ser ampla e construtiva. P.S.: Não sei ainda como o nobre jornalista não dedicou também a escrever dos bonecos caracterizados com “homoeroticidade”, ou figuras de baixo clero cristão e outras que sugestionavam reverências satânicas. Mas eu ainda acho que ele vai escrever sobre os peitões flácidos da boneca gigante de Olinda (veja no álbum de fotos) ou ainda dos bicos “tetatônicos” de outra boneca gigante e que estavam fora do decote. *- VEJA TAMBÉM ARTIGO - Palavrões, baixaria e sexo explícito no show de bonecos do Sesi - Por Lúcio Albuquerque
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