Confira logo após o artigo um vídeo do "Cinema", do programa "Espaço Unisanta", sobre Ingmar Bergman, produzido e narrado por Ricardo Prado.
Uma educação severa de um pai pastor luterano, o fascínio pelo teatro vindo do espetáculo de marionetes, e mais tarde o contato com os grandes cineastas suecos, essas são as chaves para entrarmos no cinema de Ingmar Bergman, cineasta falecido nesta segunda-feira, 30 de julho, aos 89 anos, enquanto dormia em sua casa localizada na Ilha de Faro, Suécia.
Bergman iniciou sua carreira como roteirista, construindo a partir de 1945, quando dirigiu seu segundo filme (Crises), uma obra cinematográfica cuja importância foi reconhecida com unanimidade, influenciando diretores como Woody Allen, que o homenageou em filmes como Interiores e A Outra; e ainda o brasileiro Walter Hugo Khoury que assim como Bergman filmou obsessões nascidas das relações humanas e com profundo teor psicológico, introspectivo e erótico.
Diretor de obras primas como O Sétimo Selo (1956), Persona (1966), Sonata de Outono (1978), Morangos Silvestres (1957), Gritos e sussurros (1973), Fanny e Alexander (1982) entre tantos outros que somam uma filmografia com 54 filmes onde abordou temas como erotismo, frigidez, masturbação feminina, estupro, incesto, traição, sexo, o sentido da vida, a morte e a existência ou não de Deus.
Nos filmes de Bergman os movimentos de câmera são raros, pois para ele o essencial das cenas, geralmente filmadas em planos amplos ou em tomadas em campo e contra-campo, sempre foi a interpretação dos atores, a expressão corporal, os olhares e os silêncios intermináveis. Ingmar Bergman foi um poeta com uma câmera.
Para o cinema sua última obra foi o aclamado, Fanny e Alexander, de 1982, pelo qual recebeu seu terceiro Oscar de melhor filme estrangeiro. Bergman havia ganhado em 1960, por A Fonte da Donzela, e 1961, por Através do espelho. No último período de sai vida, Bergman intensamente na televisão.
Ingmar Bergman foi um cineasta que pensou muito sobre a morte, mas viveu plenamente sua arte como um dos maiores cineastas da história do Cinema como Billy Wilder e Robert Altman, cineastas mortos recentemente, entre tantos outros nomes que assim como Bergman fizeram do cinema uma arte.
BOX
Inúmeros livros foram escritos sobre a obra de Ingmar Bergman, incluindo também uma autobiografia e entrevistas. Abaixo relaciono algumas dessas obras sobre o cineasta para o leitor que desejar conhecer mais sobre o cineasta sueco.
Lanterna Mágica – Autobiografia lançada pela editora Guanabara em 1988;
Planeta Bergman, de Carlos A. Magalhães Lopes, publicado em 1988 pela editora Oficina de livros;
O Cinema segundo Ingmar Bergman – Entrevistas para Stig Bjorkman e outros. Editora Guerra e paz, 1978;
Ingmar Bergman – Imagens. Lançado em 1996 pela Martins Fontes. O livro traz motas do próprio Bergman e fotos de todos os seus filmes;
O Cinema de Bergman, Fellini e Hitchcock, de Guido Bilharinho. Lançado em 1999 pelo Instituto Triangulino de Cultura.
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