O público do cinema brasileiro deverá ter um ligeiro crescimento em 2007, com cerca de 10 milhões de espectadores, contra 9,93 milhões no ano passado - o que representa um aumento de cerca de 1,5%, segundo dados divulgados hoje pelo Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, que centraliza dados sobre cinema no país.
O principal responsável pelo crescimento foi o fenômeno "Tropa de Elite", que teve 2,4 milhões de espectadores - atraindo cerca de um em cada quatro espectadores do cinema nacional. Do público total das salas de cinema no Brasil em 2007, 11,3% foram assistir a filmes brasileiros. Em 2006, o chamado "market share" dos filmes nacionais ficou em 10,9%.
Os dados de 2007 se referem às bilheterias de todos os filmes lançados até o dia 16 de dezembro e a projeção para as duas últimas semanas do ano, levando em conta as estréias agendadas. Os números finais, com os dados de todo o ano, serão divulgados na segunda semana de janeiro.
Já o público total de cinema no Brasil em 2007 deverá ficar entre 89 milhões e 90 milhões de espectadores, contra 91,2 milhões do ano passado - o que representa uma queda entre 1,5% e 2,5%, segundo dados do Sindicato. A queda de público torna-se mais grave quando se constata que o número de salas cresceu de 2.220 em 2006 para 2.355 neste ano, um aumento de 6%.
Os números da empresa Filme B, que também reúne dados sobre o cinema nacional, são mais positivos para o cinema brasileiro: até novembro, houve um crescimento de 9,5% no público total de filmes brasileiros, com o "market share" passando de 11,6% para 13,3%. Já o público dos filmes estrangeiros teria caído 6,3%.
Para Peregrino, presidente do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, os dados mostram que "o filme nacional é o caminho para o crescimento do mercado no país". O aumento de público não é maior, segundo ele, porque "o produto não está correspondendo à demanda".