INVESTIGAÇÃO: Polícia Federal abre inquérito contra cacique de RO que denunciou Bolsonaro

O motivo da denúncia foi por destruição da Amazônia e ataques aos direitos indígenas

INVESTIGAÇÃO: Polícia Federal abre inquérito contra cacique de RO que denunciou Bolsonaro

Foto: ONG Kanindé

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O cacique rondoniense Almir Naramayoga Suruí (46) recebeu um telefonema na última sexta-feira (30) de uma pessoa que se identificou como delegado da Polícia Federal em Ji-Paraná, município distante 380 km de Porto Velho. Na ligação, o delegado disse que estava investigando, a pedido da Funai, a campanha “Povos da floresta contra Covid-19”.
 
Outra liderança indígena, sobrinho de Almir, Rubens Suruí, também recebeu telefonema do mesmo policial federal dizendo que a Funai alegou ser alvo de difamação pelos indígenas na mesma campanha.
 
A campanha investigada, segundo as lideranças, teve como objetivo fazer arrecadação privada de recursos para comprar produtos de limpeza e cestas básicas aos indígenas durante o período de distanciamento social da Covid-19 em setembro de 2020. De acordo com o advogado que defende o povo Paiter Suruí, “a arrecadação não teve um centavo de dinheiro público”.
 
A investigação da Polícia Federal a pedido da Funai, coincidentemente, ocorre poucos meses após Almir Suruí e o cacique Raoni, da etnia Kayapó, darem entrada num pedido de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional, responsabilizando-o pelo aumento da destruição da Amazônia e ataques aos direitos indígenas.
 
Almir Suruí 
 
Quem é Almir Suruí
 
Almir Suruí é uma das lideranças indígenas mais conhecidas do mundo. Em 2013 ganhou das Nações Unidas o título de “Herói da Floresta” pelo trabalho de conservação da Terra Indígena Sete de Setembro, na divisa de Rondônia com Mato Grosso e em 2008 foi premiado pela Sociedade Internacional de Direitos Humanos.
 
É hoje reconhecido internacionalmente por ter tido a coragem de denunciar à Organização dos Estados Americanos (OEA), a exploração ilegal de madeira nas terras indígenas, por defender os direitos e a integridade dos Índios Isolados e por lutar contra os impactos provocados pelas obras das hidrelétricas do rio Madeira.
 
No mesmo dia em que Almir Suruí e o sobrinho foram interrogados por telefone, também veio a público que a liderança indígena Sônia Guajajara também foi intimada pela PF  na quinta-feira(27) em outro inquérito também a pedido do presidente da Funai, o delegado da PF Marcelo Xavier.
 
Posicionamento da Polícia Federal
 
Segundo o site UOL, que publicou na tarde de sábado (01) em nível nacional esta notícia, a Polícia Federal de Rondônia enviou a seguinte nota:
 
“Trata-se inquérito instaurado em função de notícia crime enviada pela Funai. Os fatos narrados noticiam possível existência de crime de difamação em campanha na internet, supostamente, praticado em desfavor da Funai por integrantes do Instituto Wãwã Ixoth e Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí.
A campanha de arrecadação de valores para compra de cestas básicas e itens de limpeza, denominada ‘Povos da floresta contra Covid-19’, divulgou dados, em tese, inverídicos com relação ao enfrentamento da pandemia, levando a população a crer que os citados indígenas estão desassistidos e sem condições mínimas de subsistência frente à pandemia. Inquérito Policial foi instaurado para apurar os fatos noticiados. Quanto ao detalhamento das diligências, por tratar-se de investigação em andamento, nossa política de comunicação não permite [detalhar].”
 
Direito ao esquecimento

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