Um vídeo publicado nesta quinta-feira em redes sociais mostra pacientes do Hospital Pronto Socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus, dividindo uma ala com pessoas mortas sob suspeita de Covid-19
Foto: Divulgação
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Um vídeo publicado nesta quinta-feira em redes sociais mostra pacientes do Hospital Pronto Socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus, dividindo uma ala com pessoas mortas sob suspeita de Covid-19. Com duração de pouco mais de um minuto, as imagens mostram 10 corpos envoltos em sacos mortuários ou cobertas e dispostos nas macas da sala rosa da unidade, onde há atendimento a infectados pelo novo coronavírus.
A pessoa responsável pela filmagem chega a afirmar que há 14 mortos no local. Esse número de óbitos foi confirmado pela Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam), que também informou que o hospital ainda tinha nove corpos abrigados em suas instalações até a noite de quinta. Todos chegaram ao local em estado grave.
Órgãos fiscalizadores da área da Saúde foram notificados sobre o vídeo. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), por exemplo, tomou ciência do ocorrido junto à sua divisão no estado após a realização de uma vistoria. A representação do colegiado na região deve anunciar nos próximos dias as informações coletadas no hospital e anunciar medidas administrativas com o objetivo de ajudar a solucionar o quadro.
Vídeo gravado no hospital estadual João Lúcio, em Manaus, mostra corredores e salas com corpos à espera de remoção ao lado de pacientes e macas no chão. A capital é a única cidade com UTI no Amazonas, o estado com a mais alta taxa de incidência do novo coronavírus do país.
Além de completamente danosa aos pacientes, a situação também pode prejudicar a saúde física e mental de profissionais. Um dos possíveis desdobramentos será o envio da denúncia ao Ministério Público (MP) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
“Trata-se de uma área em que não deveriam estar pacientes críticos e na qual estão, além de pessoas vivas, outras que vieram a óbito. É possível observar profissionais trabalhando nesse ambiente precário. É uma situação de guerra a que estamos vivendo e precisamos estar muito bem alinhados para enfrentar o momento”, afirma Eduardo Fernando de Souza, membro do comitê de gerenciamento de crise do Cofen e da Comissão Nacional de Urgências e Emergências.
Em nota, a Susam esclareceu que as 14 mortes foram registradas entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta, todas sob suspeita de infecção pelo novo coronavírus . Somente cinco corpos, no entanto, foram liberados da unidade até as 17h. O restante, já com atestados de óbito emitidos, ainda aguardava a chegada das famílias. Do total de óbitos, oito foram de pessoas acima dos 60 anos e seis apresentavam comorbidades.
O Hospital João Lúcio, ainda segundo a Susam, tem recebido pacientes com suspeita de Covid-19 até que o Hospital Delphina Aziz, referência para a doença em Manaus , tenha seus leitos ampliados. Também é aguardado o início da operação do Hospital Nilton Lins, cujo reforço permitirá que no João Lúcio se concentrem apenas atendimentos de urgência e emergência.
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