A Delegacia de Furtos e Roubos e Veículos esteve lotada desde as primeiras horas do dia de ontem. Dentre muitas vítimas presentes no local para registrar o Boletim de Ocorrência, o servidor público Marcos Cabral, de 54 anos, era um dos mais exaltados.
Foto: Divulgação
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A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos de Vitória contabilizou mais de 170 carros roubados no terceiro dia de paralisação da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo. De acordo com o delegado titular da unidade, Tarcísio Otoni, essa quantidade foi registrada entre domingo, dia 5, e nesta segunda-feira, dia 6, e representa um número bem maior do que costuma ser registrado em um dia comum de atividade.
“O que verificamos até o momento é que a paralisação e essa ausência da polícia preventiva nas ruas fez aumentar e muito o número de ocorrências de roubos de veículos nas últimas horas na Grande Vitória”, afirma o delegado Tarcísio Otoni.
A Delegacia de Furtos e Roubos e Veículos esteve lotada desde as primeiras horas do dia de ontem. Dentre muitas vítimas presentes no local para registrar o Boletim de Ocorrência, o servidor público Marcos Cabral, de 54 anos, era um dos mais exaltados. O veículo dele, roubado na noite de domingo, em Laranjeiras, na Serra, foi encontrado destruído em Bairro de Fátima.
“Alguns amigos encontraram meu carro através da divulgação que fiz nas redes sociais. Sem policiamento, fica difícil conseguir recuperar e ter pistas da localização, então, posso dizer que foi um milagre eu ter conseguido. Como cidadão me sinto penalizado com essa ausência da Polícia Militar. Não era para ser assim. A violência está demais”, lamentou Marcos Cabral.
Filas e espera
Um grande número de ocorrências e uma delegacia lotada tumultuaram também o dia de moradores e policiais civis no Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Cariacica. Algumas pessoas que buscaram atendimento reclamaram que esperaram horas para conseguir registrar ocorrências por conta da quantidade de casos. De acordo com a Polícia Civil, a espera depende do número de pessoas ouvidas em cada ocorrência registrada.
Morador de Campo Grande, o mecânico Matheus Cerqueira, de 29 anos, foi registrar ocorrência após ter sido assaltado por dois homens na Avenida Expedito Garcia, e precisou aguardar.
“Estou aqui no DPJ para fazer o Boletim de Ocorrência por ter sido assaltado quando estava no portão da minha casa. Eles estavam em dois numa moto e já chegaram apontando a arma. Não tive o que fazer. Os bandidos levaram minha carteira com cerca de R$ 200 e meu celular. O problema agora é ter que fazer todos os documentos de novo”, frisou.
Dificuldade
E Matheus Cerqueira não foi o único a passar por “apertos” ao procurar atendimento. No DPJ de Vitória, no Bairro Horto, a estudante Aline Marello também encontrou muitas dificuldades.
“Esperar nunca é bom, cansa, nos deixa chateados, mas espero ao menos conseguir ser atendida.”
PC vai decidir greve no dia 17
Em reunião realizada nesta segunda-feira com todas as categorias da instituição, policiais civis decidiram que no próximo dia 17 o grupo vai discutir se entrará em greve ou não no Estado.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Delegados, Rodolfo Laterza, o prazo é para que o governo tenha tempo de iniciar negociações salariais.
“Vamos ter uma assembleia no dia 17 para decidir rumos do movimento. Estamos dando espaço para o governo conversar conosco”, disse Laterza.
Além de delegados, participaram da reunião no pátio da Chefatura de Polícia investigadores, peritos e papiloscopistas.
Laterza afirmou que as atividades estão mantidas. No entanto, a série de crimes e a grande demanda nas unidades policiais fazem com que os serviços estejam prejudicados.
“O salário do policial civil do Espírito Santo é motivo de chacota. Se não tivermos avanços, o indicativo será de greve, de suspensão de todas as investigações. Eu não diria de greve, mas de suspensão de todas as atividades”, afirmou.
Presidente do sindicato dos investigadores, Júnior Fialho disse haver orientação para que delegacias de bairro fechem, por questões de segurança, e que profissionais transfiram as atividades para os DPJs das cidades. “Dia 17 será discutida a possibilidade de greve geral. Tivemos que fazer esse movimento porque policiais começaram a cobrar mais segurança.”
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