Parte das peças já têm sinais de ferrugem. Algumas já foram até roubadas.
Foto: Divulgação
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Enquanto a Prefeitura do Rio abre neste sábado (24) o Velódromo da Olimpíada ainda inacabado, a arena usada nos Jogos Pan-Americanos de 2007 segue desmontada num depósito em Pinhais (PR) com destino indefinido.
A remontagem tinha previsão de conclusão para setembro. Mas o material segue acumulando ferrugem enquanto a prefeitura local tenta solucionar uma divergência com o Tribunal de Contas do Estado.
O secretário de Cultura, Esportes e Lazer, Ricardo Pinheiro, teme ainda que a mudança no Ministério dos Esporte bloqueie a verba para a remontagem do velódromo.
Ele se reuniu há duas semanas com o prefeito Eduardo Paes (PMDB) para pedir apoio para manutenção dos recursos. O novo ministro, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), é seu aliado.
As peças foram parar em Pinhais após a Prefeitura do Rio e o Ministério do Esporte afirmarem, em 2012, que o velódromo do Pan não atendia às exigências da União Ciclística Internacional. Identificou-se que a adaptação custaria mais do que uma nova arena, que acabou consumindo R$ 151 milhões.
Goiânia foi a primeira a se candidatar a receber o material, mas desistiu.
As peças, então, seguiram para Pinhais. A exceção foi a pista de pinho siberiana, que custou R$ 2 milhões. Ela não poderia ser reutilizada após a desmontagem e foi usada como estaca auxiliar para confecção de formas de concreto nas obras do Parque Olímpico da Barra.
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O transporte e remontagem do material vai custar no total R$ 24 milhões —mais do que a construção em 2007, que consumiu R$ 21 milhões, em valores atualizados.
Em fevereiro do ano passado, o destino do antigo velódromo parecia solucionado. A Prefeitura de Pinhais concluiu a licitação para a reconstrução da arena. A previsão de conclusão era setembro —após a Olimpíada.
Contudo, a empresa responsável pela obra atrasou a entrega dos projetos —em vez de seis, levou nove meses.
Em março, o TCE identificou um sobrepreço de R$ 4 milhões no projeto e embargou a obra. O tribunal exigiu uma redução de custo, o que Pinheiro diz ser inviável.
"Vou tentar reverter. Se não for possível, refaço a licitação", disse o secretário.
Pinheiro teme ainda que o ministério não repasse os R$ 24 milhões prometidos para a remontagem. Até o momento, apenas um terço do valor foi empenhado.
Parte das peças já têm sinais de ferrugem. Algumas já foram até roubadas.
Já o Velódromo Olímpico vai abrir as portas por três dias para um treino a fim de testar a pista, instalada este mês. Com previsão de conclusão para o fim do ano passado, a arena ainda está em obras. O atraso provocou o cancelamento do evento-teste marcado para o local.
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