Lava Jato investiga contrato de cobertura
Foto: Divulgação
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A Operação Lava Jato decidiu investigar a segunda cobertura usada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mesmo prédio onde o petista mora em São Bernardo do Campo (SP). O Estado revelou ontem que o imóvel pertence a um primo de José Carlos Bumlai, amigo de Lula e atualmente preso sob a acusação de forjar empréstimos e repassar dinheiro para o PT.
Os investigadores querem saber se o aposentado Glaucos da Costamarques, primo de Bumlai, é, de fato, o proprietário da cobertura. Lula é suspeito de esconder bens e receber vantagens de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobrás. Para a Lava Jato, ele seria o verdadeiro dono de um sítio em Atibaia, registrado em nome de dois empresários sócios de seu filho, e de um tríplex no Guarujá que, oficialmente, é da OAS.A segunda cobertura foi alvo de busca e apreensão da 24.ª fase da Operação Lava Jato após o síndico do prédio ter dito que Lula usava o imóvel também.
Investigadores disseram ao Estado que apreenderam nesse apartamento vários documentos que reforçam indícios de que o sítio em Atibaia pertence a Lula. O apartamento de São Bernardo é mobiliado como uma moradia, e não apenas utilizado para guardar pertences.Conjugado. O imóvel passou por uma reforma para ser conjugado com outro que pertence a Lula desde o fim dos anos 1990. Isso possibilitou a ele se deslocar entre um imóvel e outro sem a necessidade de utilização do corredor que liga as duas coberturas. Outros endereços de Lula também foram alvo da 24.ª fase da Lava Jato.
No Instituto Lula – presidido por Paulo Okamotto –, as buscas foram consideradas “produtivas” e resultaram em seis malotes de documentos apreendidos.Segundo um integrante da força-tarefa da Lava Jato, a apuração sobre a segunda cobertura se faz necessária pelo fato de a compra do imóvel envolver pessoas citadas em outras investigações. Em especial, o nome de José Carlos Bumlai e do advogado Roberto Teixeira.Glaucos da Costamarques, primo de Bumlai, disse que foi Teixeira quem sugeriu que ele comprasse a cobertura no mesmo andar da de Lula. Pessoas que participaram do negócio disseram que o advogado atuou na negociação. A Receita Federal estuda investigar o imóvel.Ao prestar depoimento na última sexta-feira, Lula não foi questionado sobre essa segunda cobertura. Na oportunidade, os investigadores não tinham a informação sobre a existência do imóvel. Só souberam que pertencia ao primo de Bumlai por meio da reportagem. A ex-primeira-dama Marisa Letícia autorizou a busca e apreensão no local por escrito, no dia em que a ação foi realizada. O mandado era apenas para o apartamento 122, de propriedade do casal.Em nota enviada ao jornal no sábado, a assessoria de Lula informou que “o ex-presidente e Dona Marisa alugam o apartamento” ao ser questionada sobre qual a relação do petista com a cobertura número 121 no edifício Green Hill, integrante do residencial Hill House.
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