MENSALÃO - Julgamento entra na terceira semana com defesa de publicitário e decisão de ministros

O publicitário Duda Mendonça é acusado de ter recebido cerca de R$ 11 milhões do esquema.

O julgamento do mensalão entra na sua terceira semana com a defesa de sete ex-deputados federais, incluindo Roberto Jefferson, e um ex-ministro (Anderson Adauto, dos Transportes). Também serão defendidos o publicitário Duda Mendonça e outras três pessoas ligadas a políticos. Após esta etapa, o rito entra em outra fase. De acordo com o cronograma, na quarta (15) ou quinta-feira (16) o relator, ministro Joaquim Barbosa, começa a proferir seu voto, que deve durar duas sessões e, com isso, o julgamento entra na fase de decisão.

Roberto Jefferson, delator do mensalão, é acusado de corrupção passiva, por supostamente receber o valor de R$ 4,5 milhões para votar a favor do governo, e de lavagem de dinheiro.

O advogado do ex-presidente do PTB, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, garante que deve manter a tese afirmada por seu cliente de que o mensalão existiu.

— O mensalão que Roberto Jefferson mencionou é o fato de ir lá e receber. Isso está mais que provado.

Os advogados de Bispo Rodrigues, Romeu Queiroz, José Borba, Paulo Rocha, Luiz Carlos da Silva e João Magno também farão suas sustentações nessa fase final das defesas. Todos são acusados dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Conheça as peças-chaves do julgamento do mensalão

Já o publicitário Duda Mendonça é acusado de ter recebido cerca de R$ 11 milhões do esquema. De acordo com a acusação do MPF (Ministério Público Federal), o dinheiro não foi declarado e foi transferido ilegalmente para o exterior. Já a defesa alega que os recursos eram para saldar dívidas de campanha de 2002. Mendonça é acusado dos crimes de lavagem ou ocultação de dinheiro, evasão de divisas e gestão fraudulenta.

Após o voto do relator Joaquim Barbosa, será a vez do ministro revisor, Ricardo Lewandowski, votar. Depois, os ministros votam do mais novo ao mais antigo no STF: Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello. O último voto é do presidente Carlos Ayres Britto.

A dúvida é se o ministro Cezar Peluso, que se aposenta compulsoriamente ao completar 70 anos em 3 de setembro, irá antecipar o seu voto. Como pela ordem Peluso seria o sétimo a votar, ele pode pedir para antecipar o voto para não ficar fora do julgamento.

Veja o cronograma do julgamento com as defesas previstas para esta semana:

Segunda-feira – 13/08 – defesa dos réus

CARLOS ALBERTO RODRIGUES – BISPO RODRIGUES: ex-deputado (PL/RJ), renunciou em 2006. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

ROBERTO JEFFERSON: deputado cassado (PTB/RJ) em 2005. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

EMERSON PALMIERI: ex-secretário nacional e ex-tesoureiro do PTB. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

ROMEU QUEIROZ: ex-deputado (PTB/MG), absolvido pelo plenário da Câmara. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

JOSÉ BORBA: ex-deputado (PMDB/PR), renunciou para escapar da cassação.Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Terça-feira – 14/08 – defesa dos réus

PAULO ROCHA: ex-deputado (PT/PA), ex-líder do PT na Câmara, renunciou. Acusado de lavagem de dinheiro

ANITA LEOCÁDIA: chefe de gabinete do deputado Paulo Rocha. Acusada de lavagem de dinheiro

LUIZ CARLOS DA SILVA – PROFESSOR LUIZINHO : ex-deputado (PT/SP), absolvido pelo plenário da Câmara. Acusado de lavagem de dinheiro

JOAO MAGNO: ex-deputado (PT/MG),absolvido pelo plenário da Câmara. Acusado de lavagem de dinheiro

ANDERSON ADAUTO: ex-ministro dos Transportes. Acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro

Quarta-feira – 15/08 – defesa dos réus

JOSÉ LUIZ ALVES: ex-chefe-de-gabinete do ministro dos Transportes e responsável pelos saques nas contas de Marcos Valério. Acusado de lavagem de dinheiro

JOSÉ EDUARDO DE MENDONCA. DUDA MENDONCA: publicitário do PT. Acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas

ZILMAR FERNANDES: sócia de Duda Mendonça. Acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas