O diretor do Núcleo de Ensino da Ponta do Abunã – NEPA/SEMED, Professor Marquelino Santana, esteve reunido nesta segunda-feira no Consulado Brasileiro de Puerto Evo Morales/Bolívia com a Diplomata Brasileira da Embaixada Brasileira de La Paz Ana Maria de
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
O diretor do Núcleo de Ensino da Ponta do Abunã – NEPA/SEMED, Professor Marquelino Santana, esteve reunido nesta segunda-feira no Consulado Brasileiro de Puerto Evo Morales/Bolívia com a Diplomata Brasileira da Embaixada Brasileira de La Paz Ana Maria de Salinas para falar sobre o andamento do reassentamento de seringueiros Brasileiros do rio mamu/ Departamento de Pando/ Bolívia que serão reassentados no Brasil. Segundo Ana Salinas apenas uma família Brasileira foi reassentada e a perspectiva é que o reassentamento seja retomado pelo INCRA apartir do mês de maio deste ano.
O Professor Marquelino acompanha as negociações Diplomáticas que envolvem os Seringueiros Brasileiros do rio mamu a mais de cinco anos, desde quando se iniciaram os primeiros conflitos entre extrativistas Brasileiros e Zafreros Bolivianos do Rio mamu. O rio mamu, manu ou mapiri está localizado na Província Federico Román, Departamento de Pando, Bolívia e em conseqüência do cumprimento á constituição Boliviana que não permite a permanência de estrangeiros na franja de 50 km da área de fronteira, os Brasileiros tiveram que optar, ou pela permanência na Bolívia de acordo com o que determina as leis Bolivianas (reassentamento feito pela OIM – Organização Internacional para Migrações) ou serem repatriados para o País de origem. Os seringueiros Brasileiros escolheram a última opção: serem reassentados no Brasil, mas infelizmente a morosidade com que o INCRA está conduzindo o processo já está deixando os nossos seringueiros desesperados e desacreditados do Governo Brasileiro que não procura acelerar o tão almejado reassentamento prometido pelo Governo Federal.
Os nacionais Brasileiros do mamu estão vivendo como podem no Brasil e depois de terem deixado uma vida de muita extração de seringa e castanha, de muita caça e pesca, e de um roçado bastante diversificado, eles agora estão amargando o desprezo da própria pátria, vivendo uma vida de muita humilhação e sofrimento, tendo que se adaptar como podem a outras fontes de renda para poderem sobreviver. “É humilhante a nossa situação, estou doente e vou morrer á míngua, e ainda não sei por que estou vivo”, disse o seringueiro Luis Piedade á nossa reportagem e que há tempos vem pedindo ajuda do Governo Brasileiro e ninguém lhe presta socorro. Luis nasceu no seringal Lorena na Bolívia, mas foi registrado no Município de Plácido de Castro, Estado do Acre. Quando tinha apenas 08 anos de idade seu pai o levou para o seringal cachoeirinha no rio mamu. Lá construiu família e viveu por toda vida, até que Zafreros Bolivianos o expulsaram do seringal.
De volta ao Brasil realizou seu cadastro em Extrema no Consulado itinerante de Cobija e da Embaixada Brasileira de La Paz, juntamente com o INCRA que foi enviado pelo Governo Federal para acompanhar de perto a situação em que se encontravam os Nacionais Brasileiros. Luis não entende porque apenas uma família do rio mamu foi reassentada, enquanto mais de 50 famílias estão esperando desde novembro de 2009 quando fez o seu recadastramento. Em janeiro deste ano Luis foi levado ás pressas para o pronto socorro de Rio Branco no Estado do Acre, e muito doente teve que amputar sua perna. “A minha situação é muito difícil, não tenho terra e não tenho o que comer, e espero que a Presidente Dilma escute o meu lamento”, disse o seringueiro Luis.
Algumas famílias disseram que não vão sair enquanto não tiverem suas terras garantidas no Brasil, a exemplo do seringueiro Heraclito Nascimento que vive ás margens do rio Abunã com seus cinco filhos no seringal cotovelo na região Pandina Boliviana. “Não vou fazer como os outros seringueiros do rio mamu, saíram e agora estão abandonados lá no Brasil”, disse o seringueiro Heraclito,
conhecido por caboclo. Os seringueiros prometem fazer um grande protesto em Extrema, caso o reassentamento não saia até o mês de maio. A situação é considerada grave e pode se agravar ainda mais, caso o Itamaraty não intervenha na questão e proponha uma solução imediata para resolução do problema.
Seringueiro Heraclito Nascimento, a esposa Eva e seus 05 filhos
A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.
Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!