Um total de 1.718 detentos da Unidade de Recuperação Social Francisco de Oliveira Conde começaram na manhã de ontem uma greve de fome para forçar a Justiça a conceder o relaxamento das penas aos condenados por crimes hediondos.
*Segundo o diretor da Administração Penitenciária (DAP), Felismar Mesquita, o protesto é organizado de forma pacífica.
*"Os presos informaram que fariam a greve de fome de forma pacífica com o objetivo de conseguirem a progressão de pena, mas estamos trabalhando para evitar o pior", confirmou o diretor do DAP.
*Para evitar que os apenados tenham a saúde debilitada, a Secretaria Estadual de Saúde (SEE) foi informada sobre o caso.
*"Tive uma reunião com o secretário de saúde em exercício, Marco Aurélio Nunes, e pedi apoio no caso", disse Mesquita.
*Um carro do Corpo de Bombeiros também foi solicitado para evitar possíveis motins e para socorrer os presos que estão fazendo greve de fome.
*Felismar não soube informar a quantidade de apenados que solicitaram a progressão de pena.
*"Sabemos que são muitos processos na Vara de Execuções Penais. Esses processos também precisam passar pelo Ministério Público Estadual (MPE) que deve emitir um parecer", explicou.
*A progressão de pena para crimes hediondos começou a ser praticada depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, no começo do ano, o primeiro caso de relaxamento, a de um pastor acusado de abusar sexualmente de uma criança.
*São crimes hediondos: homicídio, latrocínio, extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante seqüestro, estupro, atentado violento ao pudor, epidemia com resultado morte, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, genocídio, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.