O Brasil deve se fortalecer no mercado internacional como um fornecedor de alimentos confiável e competitivo e, no mercado interno, o financiamento rural mais acessível deve ditar o ritmo do agro neste ano
Foto: Divulgação
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Não considero arriscado fazer projeções sobre a vida dos agricultores. Sou daqueles que centra a análise na evolução estrutural do mercado e da geopolítica mundial e brasileira. Vejo o mercado interno e externo apontando em direção relativamente previsível e, no geral, favorável. Teremos mais um ano de exportações altas e aumento no consumo interno de alimentos.
Alguns segmentos da agricultura brasileira prosseguirão com as dificuldades conhecidas, tais como o arrozeiro, a pequena e média produção de leite, o trigo e outros. E todos prejudicados pelo decantado “Custo Brasil”, o qual, também terá pouca mudança. Errarei se houver aumento em consequência do rompimento do Convênio 100 e perda dos incentivos da Lei Kandir.
Fatos imprevisíveis sempre ocorrem, inclusive climáticos e conflitos comerciais, é claro, mas, não devem ser fortes ao ponto de alterar cinco boas previsões fundamentais para o agro:
Otimista ? Sim, mas sem exagero, porque trata-se de uma agricultura e um agronegócio que são a joia da coroa nacional. Aliás, é por isso que a área cultivada com soja continua crescendo anualmente na faixa de 2,4% ao ano, que passamos de importador de milho e algodão para segundo e terceiro maior exportador mundial, que continuamos imbatíveis na competitividade em proteína animal, café e açúcar. E porque a inovação tecnológica no processo de produção e de gestão avançam ininterruptamente promovida pelo setor privado.
Então está tudo bem ? Não para todos. Alguns setores do agro vêm empurrando crises com a barriga, preocupa os sintomas de endividamento em certos segmentos e regiões, e dificuldade de inserção no mercado por parte de pequenos produtores. Isso também vem de longe, e, infelizmente, pode-se prever que vai continuar.
O que não arrisco prever é se haverá substancial mudança na imagem da agricultura, injustamente prejudicada, no Brasil e no exterior, pelo achismo de palpiteiros que desprezam ou ignoram a ciência. Porém, confio que as lideranças do agro reformularão sua comunicação para melhor junto ao público urbano que desconhece o que consome e como é produzido.
E lá se vai a locomotiva que empurra a economia brasileira, avançando em mais um bom ano.
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