A preguiça crônica do Estado no combate à violência contra mulheres e crianças

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Como acontece todos os anos, sempre no mês de março, este ano não foi diferente. Homenagens e mais homenagens às mulheres pela passagem do seu dia e contra a violência de que são vítimas. A Assembleia Legislativa de Rondônia e a Câmara de Vereadores de Porto Velho saíram na frente. Na esteira das homenagens vieram outras instituições. Que ótimo! Mas, e as crianças? Elas também são vítimas da violência a que mulheres são submetidas dentro e fora de casa. Infelizmente, assim, com as mulheres agredidas, elas também só são lembradas uma vez no ano.

 

Os números registrados em Porto Velho pelos órgãos de segurança são expressivos e mostram o quanto a prática é comum em todas as camadas sociais e a necessidade de se adotar uma nova postura diante desse quadro deplorável, seja denunciando, seja dando maior visibilidade a respeito do drama das vítimas – mulheres e crianças -, não somente provocando discussões sobre o tema, como também transformando em ações concretas e duradoras o resultado daquilo que se discutiu.

 

Diante desse quadro funesto, impõe-se perguntar: os órgãos responsáveis se encontram dentro dos padrões mínimos exigidos para responderem a essa modalidade de violência, seja no campo estadual, seja no terreno municipal? Estão eles devidamente preparados dos recursos humanos que neles deveriam atuar? Há um ambiente humanizado, capaz, por isso mesmo, de oferecer segurança às vitimas.  Estima-se que mais de setenta por cento das mulheres não denunciam seus agressores, por vários motivos, sendo o principal deles, o medo de morrer. É possível confiar no Estado, que tem, dentre outras atribuições constitucionais, salvaguardar a vida de seus cidadãos, mas assim não procede?

 

Os custos da violência, não somente contra mulheres e crianças, mas de todas as modalidades, têm sido altíssimos. Em alguns casos, sem retorno, porque deixam sequelas que jamais poderão ser superadas, ou, então, porque vidas são ceifadas. Não basta, apenas, investir em campanhas publicitárias pelo fim da violência, mas fazer funcionar mecanismos que a sufoquem no seu nascedouro. O Brasil precisa caminhar mais celeremente nessa direção. Só discursos e frases de efeito não vão reduzir o grau de violência contra mulheres e crianças.

 

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