OPINIÃO DE PRIMEIRA – Outro golpe duro, quando Confúcio ainda se recuperava - Por Sergio Pires

COLUNA

04 de Dezembro de 2014 às 14:25

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O amanhecer da quarta-feira foi mais um daqueles em que a terra tremeu. As prisões do prefeito de Ouro Preto, Alex Testoni e do deputado federal eleito Lúcio Mosquini (ambos com vida pregressa ilibada, até agora) , entre um grupo de 14 detidos, atendendo pedido do Ministério Público estadual, causou novo furor em toda a Rondônia. O mote central: as obras do Espaço Alternativo, uma das únicas de Porto Velho que estavam andando e na reta final e daquelas que a comunidade aguarda com ansiedade, numa cidade tão cheia de deficiências quanto a Capital. Segundo as denúncias, houve desvios e a concorrência teria sido totalmente ilegal, causando graves prejuízos ao erário. É a segunda operação tamanho GG, ou seja, de grande porte, realizada em poucos dias, atingindo em cheio o governo estadual, o governador Confúcio Moura e sua administração. Exatamente no momento em que se começava a mudar o alvo da mídia, da Operação Plateias (que levou o próprio Confúcio a depor na Polícia Federal), para ações políticas relacionadas com seu segundo mandato, explode mais uma ação vultosa, pegando no contrapé as lideranças governistas.

São momentos de enormes dificuldades, em que não se sabe até onde e em que profundidade atingirão a administração estadual. Foi outro baque no Governador, que estava se recuperando, no canto do ringue, do direto que levou na Operação Plateias. Mantendo a linguagem do boxe, a nova operação do Ministério Público, chamada de Ludus, outro nome grego, foi um cruzado aplicado no lutador que já estava com dificuldades. Agora, ficam no ar muitas perguntas. As respostas a elas, junto com os desdobramentos de mais essa ação contra lideranças políticas importantes do Estado, só serão conhecidos nos próximos dias. Até lá, o clima é de ansiedade e expectativa...

PRÓXIMOS PASSOS

Ainda ontem pela manhã, advogados do deputado Lúcio Mosquini anunciavam que iriam pedir a revogação da prisão dele e que seu cliente não cometeu qualquer crime, o que, garantem, será comprovado no andamento das investigações. Já o prefeito Alex Testoni garantiu não ter nenhuma ligação com a empresa que constrói o Espaço Alternativo e também jura inocência. Nos dois casos, os próximos dias vão apontar as razões das prisões e se elas tiveram alguma coisa de injustiça ou não.

COISAS NO AR

Há no ar, sim, um sintoma de sérios problemas em nosso Estado. As coisas não estão andando bem e o relacionamento entre os poderes, desde aquela Operação Termopilas (o único preso até agora é o ex presidente da Assembleia, Valter Araújo), deu início a uma batalha surda, nos bastidores, entre forças de um e outro lado. O espalhafato da Operação Plateias só confirmou esse fato. E a nova Operação, Ludus, também. E vem mais coisa por aí. Não se sabe se tão grande, mas que virá, virá!

GRUPO SELETO

O que tem em comum o empresário rondoniense João Gonçalves Filho e os ex-presidentes Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio da Silva? E ainda com empresários do porte de Jorge Gerdau, Antonio Ermírio de Moraes e Ivo Hering? É que ele faz parte de um seleto grupo de brasileiros que receberam a medalha do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria. A solenidade foi em Brasília, semana passada, e Gonçalves recebeu a honraria por indicação do presidente da Fiero, Dênis Baú.

GUERRA AOS ÔNIBUS

A Prefeitura da Capital declarou guerra às empresas de transporte coletivo. Depois de deixar as empresas sem qualquer reajuste (lá se vão quatro anos de congelamento das passagens, mesmo com todo o aumento dos insumos) na atual administração a intenção é acabar com o contrato em vigor, que deveria valer até 2018. O caso é complexo e vai acabar na Justiça. A Prefeitura criou uma comissão para tentar quebrar o contrato, que é legal e que está em vigor. No Judiciário, a queda de braço será definida em breve.

FALTA O BAFÔMETRO

O Conselho Nacional de Justiça decidiu que o uso de detectores de metais em varas, seções judiciárias, fóruns e tribunais deve ser aplicado a todos, inclusive magistrados. Agora, falta o CNJ decidir que juízes que dirigem sem documentação e se negam a passar pelo teste do bafômetro, também sejam tratados como cidadãos comuns. Porque não foi o que aconteceu recentemente no Rio, onde um juiz processou por "abuso de poder" (e seus colegas desembargadores confirmaram a sentença) uma policial que o flagrou sem documentos e negando-se a fazer o teste para provar que não tinha bebido.

COMISSÃO CRIADA

Cumprindo o regimento interno, a Assembleia criou comissão para analisar denúncias contra o governador Confúcio Moura. Duas ações entraram na ALE determinou a análise do caso. Com ampla maioria no parlamento, dificilmente acontecerá alguma coisa mais definitiva contra o governo. A tendência é que, afora a forte oposição do presidente Hermínio Coelho e de alguns poucos parlamentares, o assunto acabe dando em nada. Mas, como em política nada é definitivo e depois da nova operação contra membros da administração estadual, esperamos para ver no que vai dar...

ALE HOMENAGEIA

Ainda sobre a ALE: reunião programada para Ji-Paraná, nesta sexta. O presidente Hermínio comanda sessão solene, em que autoridades, empresários e lideranças serão homenageadas. Já a reunião que estava programada para Vilhena, para dezembro, foi cancelada. A partir da próxima semana, entre os temas mais importantes a serem votados no parlamento, será o do orçamento do Estado para 2015, acima de 7 bilhões e 200 milhões de reais. O relator é o deputado Ribamar Araújo.

PERGUNTINHA

Não está na hora da Câmara de Porto Velho começar a discutir a mudança radical da lei que impede que a Capital rondoniense tenha espetáculos culturais decentes?

Direito ao esquecimento

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