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MÔNICA DE CATELLA – Belo Horizonte, MG – ENTREVISTA HISTÓRICA
27 de FEVEREIRO de 2009.
Nasci em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 5 de maio de 1951.
Sou poeta, mãe, mulher contemporânea.
Publiquei 3 livros, escrevi, e escrevo para jornais, sou internauta: criei uma "rádio" no Orkut.
Fui reconhecida, por meio de prêmios, quando ainda tinha paciência para entrar em concursos. Fiz Letras, na UFMG.
Amo a vida, a vida me ama, quase sempre.
Sou feliz.
Canto, toco guitarra, teclado, pinto, faço tecidos em tear, tricô, crochê. Uso as mãos, o coração, o sentimento. Não paro!
Sou servidora federal: uma pequena antítese ao mundo da arte: meu preferido.
Mas, ninguém é perfeito, mesmo.....
SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas outras atividades, além de escrever ?
MÔNICA DE CATELLA - Sou servidora pública federal: Cefet-MG, Assistente Administrativa, desde 1994. Mas, tenho inúmeros hobbys: música, pintura, artesanato, criação de periquitos australianos. Pratico yoga e kung fu, e sou mística: estudo religiões esotéricas: uma quase-bruxa.
SELMO VASCONCELLOS - Como surgiu seu interesse literário ?
MÔNICA DE CATELLA - Por causa da família. Eu tive dois avós eruditos, que deixaram suas bibliotecas, as quais, desde tenra idade, minha mãe me colocou para organizar.
SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados dentro e fora do País ?
MÔNICA DE CATELLA - Transanças, 1987, A mulher que Ama, 1997, e Horizonte em Chamas, 2001
SELMO VASCONCELLOS - Qual a atmosfera propicia aos seus impactos literários ?
MÔNICA DE CATELLA - Qualquer atmosfera, me traz inspiração, mas prefiro ser inspirada por emoções fortes.
SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira ?
MÔNICA DE CATELLA - Drummond, Adélia Prado, Machado de Assis, Antônio Barreto, etc..
SELMO VASCONCELLOS - Qual mensagem de incentivo você daria para os novos poetas ?
MÔNICA DE CATELLA - Poesia não é descrever o que você está passando, mas o que o coletivo pode passar, junto com você. Não faça poesia sobre seus problemas: ela é de abrangência universal.
Para Selmo Vasconcellos
(Mônica de Catella)
Poeta, teu sonho coletivo é vivo.
Não sonhas só!
Estás no mundo, para fazer brilhar
estrelas trancadas
nas páginas fechadas
dos livros,
com todo sentimento.
No entanto, é tua estrela,
que sobe, mais bela,
rumo ao firmamento.
*****
Destino
Sou poeta
Meus olhos,
choram à toa
Meu ritmo
destoa
Me olham
de través.
Sou poeta
Minha pena
não para
Meu coração
dispara,
vou, onde levam
meus pés.
Sou poeta,
o tempo inteiro.
Reviram meus bolsos,
caem palavras,
só não encontro
dinheiro.
*****
Dó
Meu preço,
pago em sofrimentos.
Meu ganho, gasto
em poucos momentos.
Minha pena,
é não saber calar
minha pena.
*****
A GIRAFA
a girafa,
garganta
de gargalo
de garrafa,
agarra
a folha
da árvore
mais alta
da África.
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