Entrevista com Nair Ferreira Gurgel do Amaral - Porto Velho, RO

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

 

BIOGRAFIA

 

Nair Ferreira Gurgel do Amaral: Natural de Coxim – Mato Grosso do Sul. Mudou-se com a família para Porto Velho, estado de Rondônia, em 1972, completando 50 anos no estado este ano. Casada com Antônio Orlandino Gurgel do Amaral (in memoriam) com quem teve quatro filhos: Paulo Henrique Gurgel do Amaral (in memoriam), Marcelo Antônio Gurgel do Amaral, Daniele Gurgel do Amaral de Oliveira e Gustavo Gurgel do Amaral. Atualmente, é viúva (seu esposo faleceu em 03/12/2020, vítima da COVID-19). Possui quatro netos: Naína Monteiro Gurgel do Amaral, Pedro Henrique Gurgel do Amaral, Felipe Gurgel do Amaral e Maria Teresa Gurgel do Amaral de Oliveira e um bisneto: Axl Gurgel do Amaral Silva. Cursou graduação em Letras na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), concluindo o curso em 1987. Em 1990, foi aprovada em concurso para docente no Departamento de Línguas Vernáculas da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), onde atuou por 30 anos e se aposentou em 2019. Ocupou alguns cargos de direção sendo: Coordenadora de Curso de graduação e Pós-graduação, diretora do Núcleo de Educação e Pró-Reitora de Graduação, todos na Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Doutora em Linguística e Língua Portuguesa (Área de Concentração em Análise do Discurso) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP/Araraquara (2002), possui Mestrado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (1996) e cursou o Pós-doutorado na UNICAMP - Faculdade de Educação (2011). Desenvolveu pesquisas nas áreas de Educação, Cultura e Linguagem, através do Projeto "Alfabetização de Ribeirinhos na Amazônia". Já publicou e organizou vários livros, além de artigos nas áreas respectivas de Educação e Letras.

 

 

 

ENTREVISTA

 

SELMO VASCONCELOS – Quais as suas outras atividades, além de escrever?

 

NAIR GURGEL – Atualmente, estando aposentada, participo de Bancas de Avaliação de Mestrados e Doutorados, ministro palestras e cursos de capacitação docente e administro meu hobby na Baladeira – loja de artigos regionais.

 

 

SELMO VASCONCELOS – Como surgiu seu interesse literário?

 

NAIR GURGEL – Sempre gostei de histórias. Nascida no pantanal, cresci ouvindo histórias o que facilitou meu contato com os livros na escola. Fui cursar letras porque sempre gostei de ler e escrever. Na academia, realizando pesquisas em comunidades ribeirinhas, decidi que aquela vivência precisava ser contada. Antes, porém, ainda aluna, já ensaiava alguns poemas.

 

SELMO VASCONCELOS – Quantos e quais os seus livros publicados?

 

NAIR GURGEL – Se for só os de cunho literário escrevi:

 

Acredite se quiser – 2004 – EDUFRO (esgotada);

 

Encantos do Rio Madeira: histórias ribeirinhas – 2004 e reeditado em 2014. Temática Editora

 

Carapanã encheu, voou – o portovelhês. – 2014 - Temática Editora

 

Farinha pouca, meu pirão primeiro: à mesa com os ribeirinhos – 2014, primeira edição em parceria com Neusa Tezari, Iracema Gabler e Glória Valadares cuja segunda edição saiu em 2015. Temática Editora

 

ABC...zônia: dicionário zoocultural da Amazônia. 2021.

 

 

 

Em 2019, por ocasião da defesa do Memorial Descritivo, procedimento necessário para atingir o último degrau na carreira docente superior – Professor Titular, fiz um levantamento da minha produção no LATTES que anexo a seguir:

 

Produção bibliográfica

 

Artigos completos publicados em periódico 45

 

Livros publicados 6

 

Capítulos de livros publicados 47

 

Livros organizados ou edições 27

 

Jornais de Notícias 28

 

Revistas (Magazines) 3

 

Trabalhos publicados em anais de eventos 23

 

Apresentações de trabalhos (Comunicação) 14

 

Apresentações de trabalhos (Conferência ou palestra) 64

 

Prefácios Taunay, Távora, Raquel de Queiroz, Graciliano Ramos (Livro) 6

 

Posfácios (Livro) 1

 

Apresentações (Revistas ou periódicos) 2

 

Apresentações (Livro) 15

 

SELMO VASCONCELOS – Qual(is) o(s) impacto(s) que propicia(m) a atmosfera(s) capaz(es) de produzir na literatura?

 

NAIR GURGEL – O principal impacto que nos leva a escrever é a possibilidade de falar a respeito de nós. E nesse “nós” está incluído o “outro”, aquele que não se sente incluído na literatura. O sentimento de pertencimento é favorável à produção literária. Outros aspectos são: incentivo à leitura e à escrita, valorização da cultura local, desafios linguísticos e literários. É como disse Bartolomeu Campos Queirós: “Sou frágil o suficiente para uma palavra me machucar, como sou forte o bastante para uma palavra me ressuscitar”.

 

SELMO VASCONCELOS – Quais os escritores e poetas que você admira?

 

NAIR GURGEL – Sou admiradora de Manoel de Barros e Cora Coralina. Gosto bastante de Guimarães Rosa, Taunay e Graciliano Ramos. Na atualidade, curto os textos de Bartolomeu Campos de Queiroz e Roger Melo.

 

SELMO VASCONCELOS – Qual mensagem de incentivo você daria para os novos escritores?

 

NAIR GURGEL – Começar pelo que lhe é próximo. Cantar a sua aldeia, como disse Tolstoy. Falar/escrever sobre o cotidiano, pequenas crônicas, dar vazão aos sentimentos em textos poéticos e não se intimidar com as críticas. Elas são constitutivas do nosso crescimento. Escrever, escrever e escrever, sempre. Depois, voltar ao texto, reescrever, colocar-se no lugar do leitor.

 

SELMO VASCONCELOS – Novo livro na praça? Fale dele.

 

NAIR GURGEL – O livro mais recente que está na praça e ainda nem foi lançado oficialmente é “ABC...zônia: dicionário zoocultural da Amazônia”. É um livro destinado ao público infantil e juvenil, valorizando a cultura Amazônica e sua fauna. Um livro pensado para professores e suas atividades com os alunos. De A a Z, os animais da Amazônia são apresentados em 20 versos que se iniciam com a mesma letra do alfabeto representada pelo animal, misturados com simplicidade, pertencimento e ludicidade. Nele, podemos dialogar com outras culturas, conhecer alguns animais da Amazônia e seus nomes peculiares como, por exemplo, o “Embuá” que é conhecido como piolho de cobra em outras regiões. Além de curiosidades sobre os animais, por exemplo, saber que a arara-canindé, uma vez que forma casal, não mais se separa, sendo, portanto, monogâmica, os versos trazem recursos linguísticos e literários como a Adedonha cultural, as rimas, aliterações, sinestesias, onomatopeias e intertextualidades. Na letra R de “Rasga mortalha” temos:

 

Rema as dores

 

Rama de flores

 

Rima onde fores

 

Ruma de cores

 

Roma dos amores

 

Na letra T de “Tucano” temos:

 

Todas as aves

 

Têm suas penas

 

Trio de chaves

 

Tempestades amenas

 

Tenho alguns textos prontos para publicar: livros infantis, livros sobre oralidade: parlendas, brincadeiras, trava língua etc e alguns contos. Penso em reunir uns 4 ou 5 contos em um livro que fale, ainda, sobre nós – ribeirinhos, beradeiros, indígenas, quilombolas. Minha contribuição será sempre no sentido de empoderamento daqueles que foram deixados à margem, excluídos.

 

 

Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Você é a favor do fim da escala 6x1?
Como você avalia o atendimento da Azul Linhas Aéreas em Rondônia?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS