MOMENTO LÍTERO CULTURAL

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MEUS SAUDOSOS POETAS

 

01-ENO  THEODORO  WANKE - RIO DE JANEIRO / RJ

1ª participação no Lítero Cultural : 12 / 12 / 1991.

 

OBSERVAÇÃO

 

É preciso

Um cuidado espantoso,

uma vida inteira de atenção,

um amor infinito cultivado em si

para poder-se,

devagarzinho, ouvir a

( podemos chamar de música ? )

a música

do abrir das rosas.

 

02-NILTO  MACIEL - FORTALEZA / CE

1ª participação no Lítero Cultural : 06 / 02 / 1992.

 

NAVEGADOR

 

Meus olhos cegos, que não veem naves,

navegam pelos mares das tormentas

-perdidos barcos, rotos, sem timão.

 

Meus olhos mudos só vislumbram vagas,

doida babel de tempestades feita,

monstros marinhos, oceano largo.

 

Meus olhos surdos só conseguem ver

cantos de dor, de morte e solidão,

a minha própria imensidão de ser.

 

03-ARTUR  DA  TÁVOLA - RIO DE JANEIRO / RJ

1ª participação no Lítero Cultural : 30 / 07 / 1992.

 

LABIRINTO

 

Penso aquém do que alcanço

Alcanço além do que sei

Sei menos do que posso

Posso aquém do que adivinho

Adivinho além do que conheço

Conheço menos do que intuo

Intuo tanto quanto imagino

Imagino mais do que verbalizo

Verbalizo aquém do que percebo

Percebo menos do que se revela.

 

04-ZANOTO - VARGINHA / MG.

1ª participação no Lítero Cultural : 29 / 07 / 1994.

 

Lá fora

Entre mágoas comuns,

Talvez mais pungentes;

Sob o plenilúnio,

Dos arvoredos, do bosque,

Das rochas,

Dos insetos iluminados,

Levitam meus sonhos,

Enquanto a lua participa

Da festa colorida das estrelas.

 

05-AMÉLIA  SPARANO - RIO DE JANEIRO / RJ.

1ª participação no Lítero Cultural : 10 / 03 / 1995.

 

AREIA

 

Nos olhos a praia inteira.

Na não punhado de areia.

Na mão punhados de sonhos.

Mão cheia,

mão vazia.

Vida, sonhos e sonhos...

Punhado que se esvazia.

 

06-JOANYR  DE  OLIVEIRA - BRASÍLIA / DF.

1ª participação no Lítero Cultural : 16 / 09 / 1995.

 

EPITÁFIO

 

Os casulos do silêncio

recolhem meu rosto,

meu canto e meu nome.

 

Entre arcanjos e estrelas,

minha essência navega

o esplendor dos milênios.

 

Doce é o sabor do infinito.

 

07-ANÍBAL  BEÇA - MANAUS, AM.

1ª participação no Lítero Cultural : 01 / 11 / 1995.

 

BOLERO DAS ÁGUAS

 

O passo no compasso dois por quatro

acode meu suplício de afogado

afastando de mim sedento cálice

em submerso bolero de águas tantas.

A sede dança seca na garganta

curtindo signos, fala ressequida

para a língua de couro, lixa tântala,

alisando palavras rebuçadas.

Quanto alfenim no alfanje que se enfeita

para montar as ancas de égua moura.

Lábia flamenca lambe leve as oiças,

é rito muezin ditando a dança :

no dois pra cá me levo em dois pra lá,

nas águas do regaço vou-me e lavo-me.

 

08-FLÁVIO  RUBENS - RIO DE JANEIRO / RJ. (filho de Ary Barroso)

1ª participação no Lítero Cultural : 06 / 01 /1996.

 

A JANELA

 

Da janela do meu quarto

vejo o mundo em minhas mãos

é como se houvesse um Deus

caminhando entre os irmãos.

 

Quando a fecho sinto a vida

no calor dos que são meus.

 

Viva Deus e viva a vida

que fazem do meu olhar

janela da própria vida.

 

09-HENRIQUES  DO  CERRO  AZUL - BRASÌLA, DF.

1ª participação no Lítero Cultural : 08 / 01 / 1998.

 

É ASSIM QUE EU AMO ...

 

Se amar e ter o pensamento e a vida

Voltados para um ser unicamente;

Se é em convulsões a alma acendida

Num doce anseio e num desejo ardente;

 

Se é dar sem receber; se é ter em mente

Por toda a longa estrada percorrida,

Alguém, talvez, que nem sequer pressente

Nossa amarga afeição desconhecida...

 

Se é chorar, se é sofrer sem ter tormento;

Se é sorrir, se é gozar sem ter motivo;

Beijar as flores, abraçar o vento,

 

E as aves escutar de ramo em ramo:-

Amada, eu te direi que é assim que vivo...

Mas, se não for amor, é assim que eu amo !

 

10-JACK  RUBENS - PORTO ALEGRE, RS.

1ª participação no Lítero Cultural : 01 / 04 / 1995.

 

ALGOZ

 

prendeste as

algemas

nos meus pulsos

rasgaste meus versos

calaste minha voz...

ergueste o muro

firmaste as grades

apagaste a luz...

vê se podes agora

com o poder

da tua força

e a histeria

do teu medo

aprisionar o meu sonho

que cavalga livre

num raio de luar.

 

11-JORGE  TUFIC - FORTALEZA, CE.

1ª participação no Lítero Cultural : 06 / 03 / 1998.

 

BIOPOEMA

 

Minha célula nervosa

é uma árvore espantada.

Cada um mínimo de mim

resulta numa teoria,

num gráfico, num diagrama.

Meu corpo obedece

a um sistema infalível

de códigos e reproduções.

E eu vivo a fugir

de tudo que não seja

caos e madrugada.

 

12-STELLA  LEONARDOS - RIO DE JANEIRO, RJ.

1ª participação no Lítero Cultural : 02 / 07 / 1999.

 

CIGANA DO ACALANTO

 

Linda, linda, minha linda,

menina minha calin :

fecha os olhinhos, chavina.

 

O sol do rosto encarnado

já foi se deitar, menina.

duvêla cara de prata

ergue a candeia, lá em cima.

 

Sono, sono, vem de manso,

traz sonho à minha calin,

e que ela acorde amanhã

a mais feliz das chavinas.

Lindre, lindre. Sono vindo.

sono abraça a mãe calin,

beija os olhos da menina.

 

Calin - cigana

Chavina – filha

Duvêla – lua

Lindre – sono ( dialeto calon )

 

13-ARICY  CURVELLO - SERRA, ES.

1ª participação no Lítero Cultural : 02 / 07 / 1999.

 

INSCIÊNCIA

 

não faças perguntas ao poema.

palavras são sua matéria apenas.

todas as palavras,

talvez acasos, talvez atrozes.

este, aquele momento

na perseguição ao vento.

e em conjunção uma estranha luz se ajunta

ao que é sem retorno e sem recuperação,

qual um dia sem lembrança é tão distante.

será, tudo será outro para sempre,

perante a extrema solidão do poema.

 

14-ALUYSIO  MENDONÇA  SAMPAIO - SÃO PAULO, SP .

1ª participação no Lítero Cultural : 22 / 09 / 2001.

 

ESPERANÇA

 

De tanto pisar os caminhos do mundo

Os meus pés estão sangrando

E o meu coração ferido

Como o chão gretado.

Olhos fitos na distância

Avanço

Rumo à fímbria do horizonte

De meus lábios brota um canto

Como uma flor

Nascida no agreste de meu peito

Meu coração puro e livre

Como o canto que brota dos meus lábios

Ou o orvalho antes de tocar a terra.

 

15-MARIAZINHA  CONGÍLIO - JUNDIAÍ, SP.

1ª participação no Lítero Cultural : 06 / 02 / 2002.

 

SUA MAJESTADE O TEMPO

 

Passamos pelo tempo

docemente

enquanto ele fica a esperar

gente que nasce

vive e parte

sem perceber

que é mortal.

 

Sem notar que tudo passa

e não dura

que a vida foge

e não para.

 

 

 

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