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O conhecido e prestigiado prof. Sérgio Nogueira, autor de vários livros, em sua coluna similar a esta nossa aqui, publicou um artigo interessante, cujo conteúdo adaptamos e reescrevemos a seguir, tratando de alguns tópicos pitorescos da nossa querida Língua Portuguesa.
Há muitas curiosidades etimológicas no nosso idioma que merecem nossa atenção. Você sabia que a palavra “piscina” vem de “peixe”? Na sua origem, “piscina” referia-se a um “viveiro de peixes”, ou seja, era um reservatório de água onde era comum a criação destes animais aquáticos. Hoje em dia, designa também um tanque artificial para natação, entretenimento e esporte. Em razão disso, dizemos que fomos para a “piscina” e pusemos os peixes no “aquário”, palavra que, por sua vez, vem de “água”. Bem que poderia ser ao contrário, concordam, caros leitores?
Além da “piscina”, é bom lembrar outras palavras derivadas de peixe: “pisciano” (quem nasce sob signo de Peixes); “piscicultura” (arte de criar e multiplicar peixes); “pisciforme” (que tem forma de peixe) e; “piscoso” (lugar em que há muito peixe).
DÚVIDA DE MUITOS: o sufixo “dromo”, de origem grega, tem o significado de “lugar para correr”, como atestam os bons dicionários. Por isso, existem as palavras “autódromo”, “velódromo”, “hipódromo”, “kartódromo” e outras. Entretanto, o dito popular fez surgir nos últimos anos as palavras “sambódromo”, “camelódromo” e “fumódromo”, para designar, respectivamente, o lugar onde as escolas de samba desfilam, o local para a reunião de camelôs e onde se reúnem os fumantes. Esses neologismos estariam, em tese, “errados”, já que o que se faz num “sambódromo”, “camelódromo” ou “fumódromo” não é exatamente uma atividade de corrida, não é verdade?
Hoje em dia, “dromo” passou a designar apenas o lugar, e não mais a pista em si: “sambódromo” é o lugar para os desfiles de escolas de samba (não há a necessidade de nossos sambistas desfilarem correndo); “camelódromo” é onde os camelôs vendem suas mercadorias (lá, eles não precisam fugir correndo) e; “fumódromo” é o local apropriado para os fumantes (não significa que é preciso fumar “correndo” para voltar logo ao trabalho).
A língua é naturalmente viva e, por isso, não há nada errado em uma palavra ou elemento formador ganhar novos sentidos e usos. É dessa forma que as línguas evoluem e se transformam com o passar dos tempos. A língua portuguesa que falamos hoje não é igual a dos nossos avós, não é a mesma dos tempos de Machado de Assis e José de Alencar, muito menos da época de Camões. As mudanças fazem parte da evolução das línguas vivas. Isso é natural e bem-vindo.
Até a próxima coluna, amigos leitores!
(*) Marcos Lock é jornalista profissional e professor de Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Rondônia (Unir)
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DÚVIDAS E SUGESTÕES PARA ESTA COLUNA DEVEM SER ENVIADAS PARA O WHATSAPP (69) 9.9328-1521, AOS CUIDADOS DO PROFESSOR MARCOS LOCK.
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