A desglobalização como substância ontológica do ser – por Marquelino Santana

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A violência avança desenfreada, provocando um obscuro e abnegado distanciamento entre as relações sociais existentes entre o homem e a sociedade, e entre países periféricos e países hegemônicos que cotidianamente apodrecem e dilaceram o relacionamento de paz na humanidade através de um espírito degradante e belicoso, que de forma exacerbada deixa a geopolítica internacional em profundo estado de decadência, vulnerabilidade e clarividente debilidade diplomática.
 
Essa visão míope que danifica e abala a linguagem de caráter benevolente entre as nações torna-se depreciadora da tolerância, da brandura e da benignidade humana. Onde há guerra, não há comiseração ou complacência às diferentes diferenças sócio-linguístico-culturais de um povo, mas há uma concepção estigmatizadora e estereotipada dos valores axiológico-ancestrais dos países subdesenvolvidos e suas classes sociais subalternizadas por uma espécie de globalização econômica asfixiante que desmoraliza a vida e anuncia a sua degeneração moral.  



 
Mas é possível diante de tanta defraudação, delinquência, atos delituosos e descalabro, pensarmos num mundo despossuído de frustração, discrepância, desilusão e depravação de costumes? Para o escritor Pablo Solón, um mundo desglobalizado pode ser uma alternativa para pensarmos na generosidade imensurável entre o homem e a terra. Para o autor, um mundo desglobalizado é solidário com toda vítima de violência, desemprego, despojo das fontes de sobrevivência e desastres naturais.
 
Conforme nos diz Pablo Solón: “a desglobalização implica uma mudança profunda de nossa relação com o sistema da terra para reconhecer e respeitar os limites e os ciclos vitais da natureza, assumindo que nenhuma atividade econômica, geopolítica ou tecnológica pode agravar o desequilíbrio com o qual já sofremos. A desglobalização só é possível se descarbonizarmos a economia, se frearmos o desmatamento e a destruição da biodiversidade e se cuidarmos da água. Trata-se de colocarmos a dimensão humana e ambiental à frente do processo de integração”. Ressaltou o autor.
 
Nesse sentido, o brioso e impoluto mundo, a suntuosidade transcendental da memória coletiva, a contemplação devaneante da vida, a volúpia inenarrável do prazer dos sentidos, a exaltação vivificante do pertencimento de lugar, a viscosidade encantatória do enraizamento cultural, a fenomenologia poetizante da mata, a celebração divinizada da florestania amazônica, e os sentimentos de amor material e imaterial do espaço vivido, possam, enfim, contribuir significativamente para a desglobalização como substância ontológica do ser.
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