China: Crise na Cadeia Produtiva da Carne Bovina - Por Celso Ricardo

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O embargo da China a carne bovina brasileira, causa uma crise tremenda junto ao setor. Mas, quanto podemos creditar a Doença da Vaca louca esse embargo? Na minha visão, existem critérios que precisam ser observados para que possamos ter a certeza do motivo real do embargo ao nosso produto pela China. Vejamos:
 
1º Doença da Vaca Louca: esse fator foi o principal, porém, devido as circunstâncias contratuais de compra pela China a carne bovina brasileira, esse fato ocorrido, criou um caminho para que a China pudesse se retirar do mercado, sem passar por criticas mais intensas, devido ao fato que, essa situação, por si só, já ocasionaria o veto pelos chineses na importação da carne brasileira;
 
2º A China usará desse embargo para buscar uma queda nos preços pagos a carne bovina brasileira;
 
3º Apatia do MAPA perante ao grave problema causado pelo embargo chines. 
 
4º A saída da China do mercado de compra, pode causar um problema grande ao Brasil, devido ao fato de o setor do agronegócio brasileiro ser um dependente da China. E essa dependência pode proporcionar uma queda de preços quando da retomada da exportação pela China;
 
A falta de objetividade e praticidade do MAPA quebram com o produtor rural.
 
Qual deveria ter sido a postura do MAPA frente ao grave problema causado ao setor pelo embargo da carne brasileira pela China?
 
Se o Ministério da Agricultura dominasse o assunto e tivesse o controle sobre as ações e medidas tomadas para conter a Doença da Vaca Louca, a Ministra da Agricultura Tereza Cristina teria viajado para a China já na semana seguinte ao problema de posse de um relatório, mostrando as atitudes tomadas pelo Brasil com relação a esse fato isolado, ocorrido. 
 
Ao contrário disso, o MAPA se mostrou apático e inerte ao problema, colocando em risco toda a cadeia produtiva da carne bovina. Esse é um dos grandes males que uma gestão política partidária causa ao Agronegócio Brasileiro, apatia, nenhuma objetividade e praticidade. Esse embargo chines a nossa carne, já era uma tragédia anunciada a muito tempo. Não existe sustentabilidade para um consumo constante com preços de compra elevado. 
 
Era óbvio que em algum momento a China iria usar de algum pretexto para poder reduzir os preços de compra, devido ao fato de ela, a China, já ter entendido que não somente o Brasil, como o mundo, já se mostram dependente do país asiático. E essa dependência deixa o nosso setor do agronegócio frágil e sem opções de mudar o rumo de suas exportações. A exportação de carne bovina para a China, somado a alta valorização do dólar fizeram com o preço da arroba subisse de forma descontrolada e o custo de produção também tivesse uma representatividade absurda nos preços respectivamente. 
 
A China, não é a culpada por tudo o que vem acontecendo de ruim junto a cadeia produtiva da carne bovina brasileira, isso é muito importante de ser dito. A culpa é nossa por não termos condições de entender e desenvolver uma gestão eficiente, onde o foco não é um país, mas sim um vasto mercado internacional que oferece condições de se fazer negócios mais sólidos e diversificados que podem oferecer ao agronegócio brasileiro mais tranquilidade, estabilidade e equilíbrio. 
 
A exportação da carne bovina brasileira para a China, não vai voltar esse ano, isso é fato, devido a proximidade com o final do ano e principalmente aos estoques que o país já possui e que são capazes de sustentar o consumo interno chines. 
 
A retomada das exportações, se darão a partir da segunda quinzena do mês de fevereiro de 2022. Essa situação é reflexo de uma gestão ineficiente (gestão político partidário) é incapaz de desenvolver o agronegócio brasileiro da forma que ele precisa. Precisamos de atitude, visão, investimentos, orientação e cuidados junto as cadeias produtivas. 
 
Precisamos de representatividade junto ao mercado internacional, porém não podemos esquecer do mercado interno e o principal, não podemos esquecer de quem produz no campo. Como disse anteriormente, quando a China voltar as compras, os preços praticados por aquele país, não serão mais os mesmos. 
 
E o prejuízo pela compra da reposição alta e pelos altos custos de produção ficarão mais uma vez no colo do produtor rural. O cenário para os próximos meses será de uma queda nas escalas de abate, frigoríficos saindo das escalas e diminuindo abates, preço da @ em queda e o preço da carne nas gondolas subindo devido a falta de carne no mercado e também a proximidade do final do ano (festas).
 
 E como mudar esse cenário e garantir ao produtor rural em especial uma expectativa mais positiva para o próximo ano? Primeiro, precisamos mudar nossas atitudes perante ao mercado externo, precisamos de representatividade junto ao comércio internacional, políticas públicas de intervenção com relação a não equiparação de preços no mercado interno pelos preços praticados no mercado internacional e o cuidado nos investimentos. Agora é hora de cautela e calma. 
 
Os preços estão em queda, porém, como o mercado vai se comportar nos próximos meses ainda é uma incógnita. Cautela em todas as etapas que compõem a cadeia produtiva da carne bovina é a palavra de ordem a ser seguida. 
 
E para terminar, precisamos cobrar uma postura diferente do Ministério da Agricultura para os próximos meses, onde a abertura de novos mercados e o incentivo a exportações sejam feitos de forma igual para todos, porém não podemos esquecer de fomentar o setor produtivo, tornando-o capaz de atender as exportações sem esquecer do consumo nacional.
 
 
Celso Ricardo Cougo Ferreira 
 
Pós-Graduado em Agronegócio 
Pós-Graduado em Gestão da Produção
MBA Comércio Exterior e Negócio Internacionais
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