Por décadas aprendemos copiar o estilo de vida norte americano. Copiamos suas músicas, nossos heróis eram seus personagens de filmes, nossos missionários evangélicos vinham de lá, e nossos neologismos eram baseados na língua inglesa. Depois passamos a sonhar em enviar nossos filhos para estudarem nos EUA, nossos jovens adultos a trabalharem lá e nossas crianças sonham em viajar para a Disney, com louváveis exceções.
Aos poucos transformamos os EUA em um padrão de 'consumo', em um padrão de comportamento e mais recentemente em um padrão de política.
Independentemente de nossos posicionamentos ideológicos, precisamos urgentemente analisar os seguintes dados: tentaram matar o presidente Donald Trump, assassinaram dois deputados em Minnessota em 2025, além de ferirem outros políticos, incendiaram a casa do governador da Pensilvânia também em 2025 e desde 2021 já tiveram mais de 300 casos de violência política, culminando agora com o assassinato de um jovem, numa universidade, num evento típico do que chamamos de democracia.
O extremismo da política brasileira pode caminhar na mesma direção. Os adoecidos de um lado e outro podem, consciente ou inconscientemente, alimentar um jeito de fazer política que se torna não um debate ideológico e sim um embate eleitoreiro, estimulando as pessoas a replicarem esse comportamento nas famílias, nas redes sociais, no ambiente de trabalho e até nas igrejas, caracterizado por um combate entre a população.
É hora de revermos quais os padrões de comportamento que nos servem de referências. É hora de começarmos estimular gente que fale de amor e de tolerância entre os diferentes. É hora de criarmos manifestações públicas em favor do respeito, antes que copiemos ainda mais o jeito americano de fazer política.
Quem planta ventos, colhe tempestades, diz o velho ditado popular.
Aluízio Vidal, pastor presbiteriano e psicólogo clínico.