Prisões revelam lado sórdido da política

Prisões revelam lado sórdido da política

Foto: Divulgação

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Deprimente


Essa é a primeira sensação que se tem ao assistir as imagens das prisões realizadas pela polícia nesta quinta-feira. Os vereadores Marcelo Reis, Eduardo Rodrigues e Jair Montes, além do presidente do PHS, Herbert Lins, empresários e assessores. Sobre todos pairam pesadas acusações, como lavagem de dinheiro, associação com traficantes e estelionatários, enfim, um cenário deprimente e lamentável, que infelizmente, mais uma vez, mistura política com polícia, numa simbiose cada vez mais comum no Brasil.


Coisa errada é com ela


A deputada Ana da 8 virou figurinha fácil no noticiário policial, teve coisa errada na Assembleia, ela está no meio. Mas as peripécias da parlamentar de Nova Mamoré e Guajará-Mirim não passaram despercebidas. PAINEL POLÍTICO há tempos fala da relação dela com um grupo barra pesada. Para relembrar clique AQUI e AQUI.


Bolando


Aliás, esse rolo da Ana da 8 com essa turma não é novidade para ninguém. O Ministério Público já sabia disso e vinha há tempos monitorando a parlamentar, que já estava enrolada desde a Operação Termópilas, em 2011. Os financiadores de Ana queriam receber o combinado e ela relutava em pagar. Sua irmã chegou a ser espancada por Fernando da Gata, preso nesta quinta-feira em Natal (RN). Também já se sabia que existia um contrato, registrado em cartório onde ela se comprometia a repassar parte de suas emendas para seus credores, além de nomear pessoas indicadas por eles em seu gabinete.


Mais rolos


Ana da 8 é um caso de polícia, de fato, assim como Jean Oliveira, outro que sempre está metido em rolos. Sua participação nesse esquema não está muito clara. Já Adriano Boiadeiro também havia sido financiado pelo grupo e já pensava em alçar voos maiores.


Outro


Que também já estava vislumbrando um futuro no legislativo estadual era Marcelo Reis, vereador mais votado na última eleição. Marcelo já estava fazendo as contas para a disputa em 2014 e tinha certeza de sua vitória. Reis foi líder do ex-prefeito Roberto Sobrinho na Câmara de Vereadores e sua atuação já vinha sendo questionada, principalmente por causa das acusações que pesavam contra o ex-prefeito. Já Eduardo Rodrigues, ex-presidente da Câmara, também não teve sua participação muito bem esclarecida no contexto da operação.


Jair Montes


O presidente do Partido Trabalhista Cristão de Rondônia, Jair Montes foi apontado pelos delegados responsáveis pelas investigações como o “braço político” da quadrilha. Segundo a polícia ele era o responsável pela identificação de candidatos com chances reais de ser eleitos e os indicava para serem financiados pelos criminosos. Também pesa contra Jair, depoimentos da irmão da deputada Ana da 8, Lúcia Dermani que o apontou como “integrante da quadrilha” e de sua esposa, já falecida. Esses depoimentos foram divulgados em parte. A polícia garante que na próxima sexta-feira, 12, revela o envolvimento de todos os acusados. Também foi preso Herbert Lins, presidente do PHS, assessor da Casa Civil do governo do Estado. Essa prisão também não foi esclarecida.


Embate


Mas o mais complicado para o secretário de Defesa Marcelo Bessa, coordenador da Operação Apocalipse vai ser explicar o envolvimento do deputado Hermínio Coelho, presidente da Assembleia Legislativa em toda essa situação. O parlamentar estava na estrada, a caminho de São Paulo. Ao ser informado da situação, Hermínio deu meia volta e agendou para esta sexta-feira uma coletiva onde afirma que vai “mostrar o que é apocalipse”. O parlamentar classificou como “ação política” seu envolvimento no esquema e disse que “abre suas contas, sua declaração de bens e até sua carteira” para mostrar que não tem nada a ver com a história.


Fechado


A assembleia divulgou nota no fim da tarde desta quinta-feira e pelo tom, os deputados devem partir para cima do governo. A deflagração da operação foi apenas o estopim para uma situação que vem se desgastando há tempos. Em fevereiro deste ano Hermínio revelou à imprensa que “estava sendo investigado” e que o secretário Bessa estaria produzindo um dossiê contra ele. Segundo Hermínio, o secretário teria “prometido sua cabeça ao governador em troca da vaga no Tribunal de Contas”. Na semana passada a Assembleia aprovou alterações na constituição do Estado que impedem Bessa de assumir.


Competência


A ação deflagrada pela Polícia Civil foi extremamente bem sucedida e bem articulada. Os agentes e delegados agiram de forma cordial com todos os acusados e a coletiva de imprensa também foi muito bem apresentada, com números e dados precisos sobre a atuação da quadrilha. Evidente que uma operação desse porte tem furos, mas eles não ofuscaram o conjunto.


À francesa


O governador Confúcio Moura, sabendo que o barulho ia ser grande, tratou de arrumar uma viagem e se mandou, deixando a batata para o vice, Aírton Gurgacz. Confúcio na verdade não queria enfrentar a bateria de questionamentos que seriam feitos não em relação aos vereadores, mas principalmente em relação a Hermínio. Até porque o Ministério Público, parte interessadíssima nesse tipo de operação, havia dado um parecer contrário ao pedido feito pela polícia em relação ao afastamento do presidente da Assembleia e as buscas em seu gabinete e residência.


Na Câmara


O presidente da Casa, vereador Alan Queiroz seguiu cedo para a Câmara para acompanhar as buscas que estavam sendo feitas. Se prontificou a dar todas as informações solicitadas e afirmou que vai aguardar a conclusão do inquérito para se posicionar. Lamentou o envolvimento de vereadores na situação e disse que vai cumprir o que for determinado pela justiça.


Esquiva


O governo enviou nota no fim da tarde falando sobre a operação e tratou, logo no primeiro parágrafo, de tentar despolitizar a ação, “Uma operação séria, apolítica e sem denuncismo. Assim classificou Marcelo Bessa, realizada para o combate à corrupção e ao crime organizado em Rondônia”. Que foi série, não restam dúvidas, mas apolítica, contra o maior crítico do governo? Bem, como disse ali em cima, essa situação vai gerar muita confusão nos próximos dias.


De qualquer forma


Marcelo Bessa conseguiu colocar fim a uma operação que vinha sendo executada há tempos, e sem nenhum segredo. A briga entre Ana da 8 e seus credores já havia se tornado pública desde 2011, quando começaram a pipocar informações sobre os rolos da parlamentar. Resta-nos aguardar o desfecho do inquérito para ter clareza sobre o papel de cada um dos envolvidos.


Cá entre nós


Afastar Hermínio para deixar Maurão como presidente é no mínimo uma brincadeira de mau gosto. Nada contra o deputado de Ministro Andreazza, mas Maurão responde a processos desde a época da Operação Dominó (2006).


Politicamente falando


Não dá para avaliar de que forma essa operação vai refletir lá em 2014. Nem se vai colaborar para melhorar a imagem do governo junto à população. Confúcio não deveria ter se ausentado em um momento tão delicado. Sua estratégia de afastamento não permite que ele retruque a chuva de acusações que vão surgir nos próximos dias. Talvez fosse mais prudente ele ter permanecido e se posicionado sobre a operação, uma das maiores e mais bem articuladas ações de seu governo. Se Bessa andou na corda bamba nos últimos tempos, conseguiu uma posição de grande projeção. Comprovou que tem competência para enfrentar crises e também sabe coordenar grande operações. A ausência de Confúcio pode ser mal interpretada. É mais ou menos como se ele tivesse feito assim, “se der certo, apareço e tudo fica bem, se der errado o Bessa se vira para explicar”.


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Exercícios ajudam o cérebro a ser mais resistente ao estresse


A atividade física reorganiza o cérebro de forma a se tornar mais resistente ao estresse, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Princeton, nos EUA, publicada no “Journal of Neuroscience”. Testes com camundongos mostraram que quando eles mantinham atividade física regular e experienciavam algo estressante - como exposição à água fria - o cérebro deles apresentava um aumento da atividade dos neurônios que cortava a emoção no hipocampo ventral, região do cérebro que regula a ansiedade. Para a experiência, um grupo de camundongos corria na roda enquanto que outros eram sedentários. Eles corriam em média quatro quilômetros por turno e depois de seis semanas eram expostos a água fria por um curto período de tempo. Estas descobertas mostram que os exercícios reduzem a ansiedade enquanto também promovem o crescimento de novos neurônios no hipocampo ventral. Como estes novos neurônios são potencialmente mais excitáveis do que seus homólogos mais velhos, o exercício deveria resultar em mais ansiedade e não menos. Mas os pesquisadores de Princeton descobriram que o exercício também fortalece os mecanismos que previnem a perda das células cerebrais.

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