A posse do novo prefeito Léo Moraes se avizinha. Já se enxerga no horizonte a nova gestão que chega com alguns ‘nós cegos’ para desatar. Seus 100 primeiros dias de governança serão um duro teste.
Todo janeiro, fevereiro e março enfrentamos o inverno amazônico. Mais de 90 dias de chuva, que dependendo da intensidade alaga alguns pontos da capital. Sabe-se que estes pontos, secam cerca de 30 minutos após cessar temporal. Mas foi promessa de campanha e a oposição espera com caiaque a primeira ‘tsunami amazônica’.
Sabemos que Porto Velho é uma cidade que carece de mais cuidados na limpeza urbana. Muito mato alto por aí, muita rua sem calçada, muito lixo espalhado por conta de cidadão mal educado que descarta sua ‘civilidade’ na via. A capital precisa de pelo menos 300 garis ativos, com roçadeira ‘piando’ o dia todo na cidade.
Mas existe uma situação que o prefeito eleito ainda não tocou no assunto. Apesar de estar bem ‘amostradinho’ na rede social, ainda fico esperando sua opinião em relação ao caso do contrato do lixo. Enxergo como uma ‘bomba relógio’ que vai explodir no colo do ‘nosso Moraes’.
Existe decisão do Tribunal de Contas do estado para suspender o contrato, que supostamente estaria eivado de irregularidades sanáveis e insanáveis. A negativa de Léo em atender imediatamente a egrégia corte pode levar a ser solidário nos processos de improbidade que estão sendo gestados.
Aliás, um adendo, a aprovação da lei pela câmara de vereadores, que deu um ‘jeitinho brasileiro’ na ‘lambança licitatória’ vai render dor de cabeça aos atuais edis em fim de mandato. Vão responder ação judicial e já podem separar dinheiro para advogado.
Não tenho predileção por nenhuma das empresas que se digladiam pela vultuosa concessão pública de 30 anos. São duas gigantes no cenário nacional. A Marquise e a Orizon, multinacional que comprou 51% da empresa portovelhense, a CTR.
A Marquise é velha conhecida em Porto Velho. Já somam algumas décadas de operação na cidade. A Orizon chegou em busca de expansão com a abertura da licitação no contrato de coleta e destinação de lixo na capital que operava com contrato precário.
Veio ‘garimpar’ no estado. Firma das ‘grandes’ que tem no seu rígido compliance, uma garantia para seus acionistas na bolsa de valores. Uma certeza que seu dinheiro está sendo bem gerenciado pela S/A. Até fico pensando qual foi a ‘nota técnica’ da empresa para seus investidores sobre compra de empresa na Amazônia, que dependendo do final do processo judicial, sendo derrotada, irá amargar prejuízo considerável. Vai cair valor da ação? Já avisaram aos acionistas?
Já a Marquise/Eco Rondônia, em razão do novo contrato, está acelerando investimentos. Está pagando para ver, acreditando em vitória na justiça. E também pode amargar milionário prejuízo. Outra que também está na bolsa e sabe como é o tal mercado.
Mas acredito que quem vai perder mesmo se não for rápido na solução do problema será Léo Moraes. Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.
Imagina se Léo, em plena ressaca do reveilon, toma posse, senta na cadeira do Hildão, pega a caneta e cancela o contrato logo no dia primeiro de janeiro.
A empresa que está operando a coleta de lixo, suspende os serviços no outro dia e vai embora da capital? É isso que acontece? Ou o Exército vai ser chamado para limpar cidade? De pintar meio fio, sei que dão conta do recado.
Podemos ter lixo acumulado, com pequenas montanhas de sacos pretos nas esquinas, Sem querer ser pessimista, mas no feriado de 4 de janeiro já teriamos imagens dignas de Jornal Nacional.
E ai Andreoli, o que tu acha desta esparrela? perguntou amigo.
- Primeiro que é briga de ‘cachorro grande’. Lembro de filmes americanos que retratam os ‘sindicatos do lixo’ nos EUA. Acontecem coisas estranhas, é ameaça, tiro e bomba. Prefiro apenas assistir de casa, comendo pipoca.
Mas, creio que seria inteligente por parte do prefeito Léo, buscar atores envolvidos, ouvir ambas as empresas e encontrar solução que tenha foco no bem estar da população em primeiro lugar.
Existe a iminência real da nossa cidade virar deposito de lixo a céu aberto. O midiático Leo pode virar alvo da oposição. Já que fazem uma charge dele tipo o personagem ‘Cascão’ do Mauricio de Souza.
Pedir um prazo de 180 dias ao Tribunal de Contas para resolver pendengas é um caminho. Em seis meses, acredito que encontrará solução e neste tempo, ele não poderá ser responsabilizado por ‘cagada’ alheia. E nem ver a bomba estourar no seu colo.