A esperteza engoliu o tucano - Por Valdemir Caldas

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Após ser flagrado pedindo dois milhões de reais ao dono da JBS, Joesley Batista, o empresário moedor de biografias politicas, antes inatacáveis, o senador afastado Aécio Neves (PSDB), saiu-se com a desculpa fajuta de que foi ingênuo ao acreditar “num criminoso sem escrúpulos”. Curioso é que Aécio só percebeu isso depois que o conteúdo das gravações correu o mundo. Antes, porém, Joesley, que construiu um império com financiamento do BNDES a juros módicos, era um santo homem.

Ingenuidade, em política, é pecado capital. Político expediente, com passagem pela Câmara dos Deputados, onde exerceu a presidência da Casa, além de governar o estado de Minas Gerais, por duas vezes, Aécio pode ser tudo, menos ingênuo. Aécio foi muito esperto. Aliás, sobre esperteza, já dizia seu avô, Tancredo Neves, que, quando é muita, acaba engolindo o próprio dono. E foi exatamente isso o que aconteceu com o tucano.

Aécio achou-se sagaz, mas acabou caindo na arapuca armada pelo amigo do peito. Agora, vem querer tirar uma de bom moço, acreditando que todo mundo é idiota. Antes de abrir a boca, Joesley e Aécio jogavam no mesmo time. Agora, as posições de inverteram. Para salvar a própria pele, corrupto e corruptor fazem de tudo.

Enquanto Joesley tenta vestir o manto de empresário bonzinho e justiceiro, Aécio procura encarnar a imagem do politico perseguido e injustiçado, mas que não soube honrar nem corresponder aos mais de cinquenta milhões de brasileiros que sufragaram seu nome na eleição presidencial, selando, assim, o seu próprio destino, praticando um gesto que de ingenuidade não teve absolutamente nada, mas de pura esperteza.

Ulysses Guimarães dizia que o primeiro mandamento da moral pública era não roubar, não deixar roubar e punir quem roubar. Aécio, como se vê, contrariou esse ensinamento. Como senador, poderia ter denunciado o balcão de negociatas em que o BNDES foi transformado nos governo Lula e Dilma. Em vez disso, preferiu o silêncio. Pior, foi pedir dinheiro a um empresário que multiplicou seu patrimônio por cinquenta com dinheiro público. Agora, vai perder o mandato e ainda corre o risco de passar uma longa temporada atrás das grades.

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