Pedido de impeachment será lido hoje no plenário do Senado

Pedido de impeachment será lido hoje no plenário do Senado

Pedido de impeachment será lido hoje no plenário do Senado

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mais uma vez com o argumento de isenção no exercício do cargo, colocou limitações ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff que podem atrasar a tramitação do caso. Além de não garantir que a comissão que analisa o processo seja instalada ainda nesta semana, Renan freou o acordo entre PMDB e oposição, que haviam fechado consenso para indicação da presidência e relatoria da comissão. A posição do senador diverge da conduta de celeridade adotada pelo presidente da Câmara e colega de partido de Renan, Eduardo Cunha (RJ).

Ontem, Renan também se reuniu com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para discutir como será o andamento do processo de impeachment caso o Senado aprove a admissibilidade do pedido votado na Câmara na noite de domingo. Ficou acertado que técnicos dos gabinetes das presidências do Senado e do STF vão se reunir para estabelecer qual será o roteiro exato do impeachment de Dilma. O “passo a passo” do processo valerá a partir de um eventual afastamento temporário de Dilma por 180 dias, caso ela perca a primeira votação no plenário do Senado. Não há prazo para o roteiro ser definido, que deverá ser aprovado em sessão administrativa do STF. “Como presidente do Senado, eu queria repetir: nós vamos observar todos os prazos, garantir direito de defesa, processo legal e eu vou como presidente do Senado, em todos os momentos, manter a isenção e a neutralidade, que são fundamentais para que nós possamos chegar a bom termo”, disse.

Renan também confirmou que a leitura da notificação de chegada da autorização do processo de impeachment pela Câmara será feita no plenário do Senado nesta terça-feira. Seguindo a lei, ele também informou que vai aguardar 48 horas até instalar a comissão, o que coincidiria com o feriado de Tiradentes, na quinta-feira. Desta forma, o presidente afastou a possibilidade de instalar a comissão nesta semana, já que não há sessão ordinária do Senado às sextas-feiras. Na prática, a votação da instauração do processo pode ser adiada em uma semana com esta decisão.

O posicionamento não agradou à bancada de oposição, que gostaria de ver a comissão instalada o mais brevemente possível. Eles vão trabalhar por novo entendimento e pressionar Renan. A posição também contrasta com a opinião de Cunha, que foi pessoalmente entregar a autorização de impeachment de Dilma ao Senado.

Cunha moderou a fala e disse que não cabia a ele opinar sobre a condução do impeachment no Senado, mas não deixou de pedir rapidez na tramitação. “A demora é muito prejudicial para o país, porque você está com um governo que ficou meio governo”, afirmou. “Ou ele vira de novo governo, ou deixará de ser governo. Essa decisão, o Senado vai proferir. Agora, a demora não é boa para o país e nem para o próprio governo”, continuou o deputado, após o encontro com Renan.

Para cumprir a cerimônia de entrega do processo, Cunha fez visita pouco usual ao Senado. Mas entrou pela porta dos fundos e não cruzou o Salão Azul. O presidente da Câmara chegou acompanhado de outros deputados pró-impeachment, enquanto funcionários do Congresso trouxeram em um carrinho os 34 volumes, mas de 12 mil páginas, que descrevem o processo de impeachment na Câmara, e entregaram o material à Mesa Diretora do Senado.

Frustrando os planos da oposição, assim como os da ala do PMDB aliada ao vice-presidente Michel Temer, Renan afirmou que tanto o presidente quanto o relator da comissão que vai analisar o processo terão de ser eleitos, e não apenas indicados. “Há um detalhe, já observado na Câmara dos Deputados, é que o relator, diferentemente do que acontece nas comissões, precisa ser eleito, a exemplo do presidente da comissão”, afirmou o presidente do Senado, afastando as possibilidades de que os nomes apenas fossem indicados.

Considerando o critério do tamanho das bancadas e excluindo PT e PMDB da disputa, por considerá-los parte interessada no afastamento ou manutenção de Dilma no cargo, a oposição já contava com o nome do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) para a presidência, enquanto a senadora Ana Amélia (PP-RS) assumiria a relatoria.

A decisão havia sido referendada pelo presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR), que inicialmente queria que o próprio partido relatasse a matéria e indicou o nome do líder do partido, Eunício Oliveira (CE). Após Eunício recuar da decisão, Jucá passou a defender que caberia a ele indicar outro nome. Nos bastidores, a indicada seria Ana Amélia.

Conversas

Desanimados após a derrota expressiva na Câmara, quando os votos contrários ao impeachment ficaram muito abaixo dos 172 necessários para barrar o processo, o governo começa agora a pensar na batalha do Senado. Pela manhã, a bancada do PT no Senado se reuniu para fazer uma avaliação do cenário e reconheceu que o quadro é difícil. “Mas a presidente é como o Botafogo. Deixa escapar vitórias fáceis e cresce em partidas consideradas impossíveis”, disse um interlocutor do governo.

Como o colegiado do Senado é menor, a estratégia será conversar de maneira seletiva. Dilma deve procurar o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) e a ex-governadora Roseana Sarney, que, por ter uma relação histórica com o PMDB, ficou constrangida de se posicionar contra Michel Temer. Mas pesou, sobretudo, a proximidade de Dilma com o atual governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Dino chegou à Brasília na quinta-feira e articulou até o último momento na esperança de virar votos desfavoráveis ao Planalto.

Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS