O meu 13 de setembro Por Osmar Silva

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Foto: Divulgação

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Eu gostava do 13 de setembro, quando se comemorava o aniversário do Território Federal de Rondônia. O jornal O Parceleiro festejava a data com edição especial bem planejada e editorialmente bonita. Capa trabalhada, matérias especiais com pioneiros que construiam a nova história de Rondônia. E páginas centrais, duplas, com boas fotos dos mais antigos relatando como nasceu Pimenta Bueno ou Ji-Paraná, Ariquemes ou Vilhena. Era um resgate histórico que fazia muito sucesso entre leitores e pesquisadores.

Eu e nossos repórteres gostávamos desse trabalho. Era oportunidade para conhecermos a história e os seus personagens. E de nos sentirmos partícipes dessa construção. Por isso a edição era uma arquitetura minuciosamente discutida, elaborada e executada. Tudo tinha que sair perfeito. Textos, títulos, fotos, paginação, impressão e revisão. Manchetes e editoriais. A nossa festa do dia 13, na verdade, começava bem antes. No dia mesmo, era só o deleite de ver o jornal saindo das bancas nas mãos dos leitores. No território inteiro.

Dos que ainda estão por aqui, foram testemunhas e partícipes Montezuma Cruz, Zacarias Pena Verde e Clayton Pena. E muitos que testemunharam a trajetória do O Parceleiro que, graças a Deus, ainda estão entre nós.

Neste domingo refletir sobre esse tempo. Hoje, Rondônia é um estado forte. A sua estrela brilha, efetivamente, no azul da União. É o resultado de atos de homens que verdadeiramente amaram essa terra. De cidadãos que, efetivamente, foram protagonistas de grandes e heróicos fatos.

Como não lembrar do presidente Getúlio Vargas que, ao visitar Porto Velho em 11 de outubro de 1940, pra ficar três horas ficou três dias e, induzido pelo major Aluizio Pinheiro Ferreira criou, em 13 de setembro de 1943, o Território Federal do Guaporé com terras do Mato Grosso e Amazonas? Como esquecer que ainda transformou “cada soldado num operário, cada operário num soldado” para construir a nossa Rondônia de Hoje?

Como não reviver o senso estratégico de oportunidade do governador Paulo Nunes Leal que, aproveitando uma reunião dos governadores do Norte com o presidente Juscelino Kubitschek, em 2 de fevereiro, comemorando a construção da rodovia Belém/Brasília, o instigou a fazer “o terceiro braço da cruz” no último ano do seu governo em 1960? E como não lembrar que o mesmo JK, reativo e ousado, patriota e visionário, não só aceitou o desafio como no dia 6 de julho mesmo ano, esteve em Vilhena, e dirigiu um trator com o qual derrubou a última árvore da Rodovia BR-29 ligando Cuiábá a Porto Velho?

Minha cabeça viajou nesse domingo, dia 13. Impossível esquecer as palavras do coronel Jorge Teixeira, repetidas por toda Rondônia: “o presidente Figueiredo me mandou com a missão de preparar Rondônia para ser o mais novo estado da União”. Não dá para esquecer a dedicação do poderoso ministro do Interior, coronel Mário Andreazza, que não deixava faltar nada para o Teixeirão.

Testemunhei tantas quantas visitas o Presidente Figueiredo e o ministro Andreazza fizeram a Rondônia. Estava lá no Palácio Getúlio Vargas no dia em que o ministro da Justiça, Ibrahim Abi Ackel, representou o presidente da República na solenidade de instalação do Estado de Rondônia. Estava cumprida a missão.

Foi a coroação daquele 13 de setembro de 1943. E do seguinte diálogo:

Paulo Nunes Leal: Senhor presidente!

JK: Diga Paulo!

PL: O Sr. já ligou Brasília ao Centro-Sul, ao Nordeste e a Belém. Por que o Sr. não faz o outro braço da cruz, ligando Brasília ao Acre?

JK: Uai, Paulo! E pode?

PL: Pode, Sr. Presidente! Mas é negócio pra homem!

JK: Então vai ser!

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