Aparentemente, todos estão torcendo pelo sucesso de Bengala. O perigo reside em saber até quando essa enxurrada de otimismo resistirá às tentações da carne. Na dúvida, convém que o novo presidente comece, desde já, pedindo ao Senhor Deus que o conduza na
Foto: Divulgação
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Poucas vezes se mencionou tanto o nome de Deus, numa solenidade de posse da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Velho, quanto na que assumiu quinta-feira (1), tendo como presidente Jurandir Rodrigues de Oliveira, ou, simplesmente, Bengala (PT); José Iraci Macário de Barros (1º Vice-Presidente); Cláudio Hélio de Sales, o Cláudio da Padaria (2º Vice-Presidente); Ana Maria Negreiros, Édimo Ferreira Pinto – Dim Dim –, e Carlos Alberto de Lucas, o popular Chico Lata, como primeiro, segundo e terceiro secretários, respectivamente, eleitos para o biênio 2015/2016. Até quem nunca foi afeito às coisas do Criador, resolveu invocá-Lo.
“Que o Senhor ilumine o presidente Bengala”. “Que o Criador o abençoe”. “Que Deus o proteja”. “Que Deus faça isso”. “Que Deus faça aquilo”. Essas foram algumas frases repisadas pela maioria dos oradores.
O representante do prefeito Mauro Nazif (que não deu o ar da graça), secretário de administração Mário Medeiros, aproveitou a oportunidade para revelar seus dotes religiosos, até então desconhecidos.
Depois da palavra Deus, o substantivo harmonia veio em segundo lugar. “Executivo e Legislativo precisam trabalhar em harmonia, cada um desempenhando o seu papel”. “Que a nova Mesa seja harmoniosa”. “Que haja harmonia entre os membros desta Casa”. E assim por diante.
Não se tem dúvida de que Bengala vai realmente precisar da ajuda Celestial para tentar conciliar tantos e tão difusos interesses, a começar pelo que fazer com mais de quinhentos e oitenta cargos e funções de confiança, distribuídos entre diretorias e assessorias parlamentares, contra cento e vinte servidores efetivos. Nem precisa dizer o quanto isso representa na folha de pagamento.
Tanta gente, num espaço tão pequeno, já despertou a atenção do Ministério Público do Estado (MPE/RO), que ajuizou Ação Civil Pública contra o Poder Legislativo, obrigando-o a abrir concurso público e, assim, reduzir o excesso de comissionados.
Há dois anos sem receberem reajuste salarial acima da inflação, os servidores da Casa fecharam 2014 decepcionados e apostam todas as suas fichas na administração Bengala, que, certamente, não vai querer concluir seu mandato e partir para uma reeleição tendo que enfrentar, além de adversários rancorosos, a ira da categoria.
Aparentemente, todos estão torcendo pelo sucesso de Bengala. O perigo reside em saber até quando essa enxurrada de otimismo resistirá às tentações da carne. Na dúvida, convém que o novo presidente comece, desde já, pedindo ao Senhor Deus que o conduza na sua difícil empreitada.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!