Durante a sessão, as galerias da ALE estiveram ocupadas por trabalhadores rurais, sobreviventes e familiares de vítimas do massacre de Corumbiara
Foto: Divulgação
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Durante a sessão, as galerias da ALE estiveram ocupadas por trabalhadores rurais, sobreviventes e familiares de vítimas do massacre de Corumbiara
Com a participação da deputada estadual Epifânia Barbosa e outros parlamentares, a Assembleia Legislativa de Rondônia realizou na tarde de ontem (29 de outubro) audiência pública tendo como tema a indenização das vítimas e dos familiares de vítimas do massacre de Corumbiara, ocorrido em agosto de 1995.
No plenário, Epifânia disse que esteve no local mais de três vezes e ouviu relatos dos sobreviventes. "Esta audiência objetiva chamar a atenção do Poder Judiciário para agilizar os procedimentos na indenização destas famílias traumatizadas pela violência brutal sofrida", disse. No ponto de vista da parlamentar, Rondônia tem uma dívida com o massacre de Corumbiara, mas a resposta ao massacre tem sido o silêncio e a ausência.
Epifânia fez questão de frisar que este é um compromisso que o Governo de Rondônia deveria assumir, porém, mais uma vez mostrou desrespeito e falta de sensibilidade. "Para se ter uma ideia, nesta audiência pública sequer esteve presente um representante do governador para ouvir e dar um posicionamento, absolutamente ninguém para articular junto ao Poder Judiciário e tentar resolver esta situação. E esta atitude nos desestimula, para nós significa a falta de seriedade e de compromisso com estas pessoas que até hoje sofrem emocionalmente e psicologicamente em virtude do massacre que sofreram", comentou.
Para Epifânia, os depoimentos dos sobreviventes do massacre foram os momentos mais contundentes da sessão. Logo após a abertura, foram exibidos dois vídeos, com imagens da época da ação policial, que culminou com a morte de 12 trabalhadores rurais, entre eles uma menina de sete anos. Dois policiais militares também morreram no conflito e há registros de pelo menos sete trabalhadores desaparecidos.
Em seus depoimentos, os sobreviventes foram unânimes em afirmar que nenhum deles intenciona ficar rico com a indenização. Querem apenas respeito, tratamento mais humano e ajuda às vítimas que ficaram com sequelas físicas e psicológicas e que precisam de tratamento médico. Segundo a sobrevivente Maria Aparecida Soares "queremos que a justiça seja feita. Apesar de que tudo isso que sentimos não vai passar nunca”, finalizou.
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