A hora de um novo tempo - Por Amadeu Machado

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Foto: Divulgação

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A abordagem realizada pelo Diego não podia ser mais exata. Adentrou ao tema de forma suave, educada, indolor e com precisão cirúrgica. Sempre tive uma posição bastante clara com relação ao continuísmo dentro de uma instituição como a OAB. Ele é maléfico porque sufoca os talentos emergentes. Ao mesmo tempo a pequenez da política partidária brasileira, que se caracteriza por atos de clientelismo, protecionismo, sabujismo e perda de independência adentra ao ambiente da Ordem e dá início a um processo de corrosão ao fundamento maior da instituição que é a ética.
Pela perpetuação no poder, que nada acrescenta de ganho à organização e apenas massageia egos exacerbados, são praticadas pequenas e grandes venalidades; eleitorado vacilante, neófito ou potencial, é desoladamente manipulado, decorrendo doloroso descolamento da moralidade, em nome de vaidades personalísticas.
Não há porque, por isso repito o que venho dizendo desde que ajudei a fundar a OAB/RO, que pessoas ou grupos queiram se enganchar no comando da Ordem, transformando-a em feudo intocável e inatingível para os demais membros. Oxigenar a instituição é absolutamente salutar e lembra aquela prova do revezamento com bastão. O companheiro que está prestes a se exaurir, tendo entregue todas as suas forças, passa o bastão para o colega que retoma a marcha com a mesma intensidade como o fez seu antecessor, e assim por diante.
A OAB é detentora de uma história maravilhosa no contexto político/institucional brasileiro.
Graças ao destemor, ao desapego e desprendimento de ilustres brasileiros, a nossa Ordem teve participação ativa e decisiva no combate à ditadura e jamais perdeu sua índole republicana e legalista, não podendo, portanto, se fragilizar por conta de projetos e ambições pessoais.
Por outro lado, a alternância no poder é um dos mais eficazes modelos de aperfeiçoamento institucional. Não é possível cogitar que justamente no seio da mais valorosa categoria profissional, aquela de instintiva e determinante atuação sócio/política, possa haver quem suponha implantar curral eleitoral e permanecer indefinidamente no poder, por si, ou por agregados e prepostos.
Quando Fouad Darwich Zacharias, nosso grande baluarte, foi induzido a reeleger-se na OAB, um pequeno, mas valoroso grupo, onde se encontravam Agenor de Carvalho, Hugo Motta, Ney Leal, Pedro Origa, eu e outros poucos que não recordo, partiram para a dissidência, porque não se concebia que uns fossem mais que os outros.
Ao longo do tempo essas tentativas vieram se repetindo, até a exaustão do modelo então vigente. E cada vez que deixamos de renovar o quadro diretivo da Ordem, não se tenha dúvida que estamos colaborando para que grupos se instalem no poder e de lá não pretendam sair.
A pergunta que não quer calar é por que esse apreço pelo poder? Há alguma regalia oculta que determine essa voracidade, ou se trata apenas de afirmação pessoal?
Com meus sessenta e tantos anos de idade, quarenta anos de advocacia, uma estima enorme pela Ordem e pela profissão, faço aqui a minha manifestação no sentido de que os espaços sejam abertos para quem deseja se integrar na corrida de revezamento; que não se pratique o cruel alijamento de colegas que queiram se integrar na luta da classe.
Aqueles que bons serviços já prestaram, retirem-se com honra e dignidade, para que possam ser sempre invocados como verdadeiros democratas e construtores do grande projeto de brasilidade, que permeia as ações da Ordem dos Advogados do Brasil.
Acredito que seja hora de um novo tempo. Que se agradeça comovidamente os relevantes trabalhos que foram prestados a todos quantos já empunharam o bastão, mas que se proporcione oportunidade igual para os jovens advogados, que estão sequiosos por darem sua contribuição.
Amadeu Guilherme Matzenbacher Machado é advogado e ex-Conselheiro do Tribunal de Contas de Rondônia
Direito ao esquecimento

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