Os jornalistas Paulo Andreolli e Rubens Coutinho, respectivamente editores dos sites Rondoniaovivo e Tudorondonia, foram os entrevistados desta segunda-feira (02) do programa A Voz do Povo, da rádio Cultura FM 107,9, comandado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá e retransmitido pela rádio Antena FM 98,3.
Arimar abriu a entrevista perguntando se o número de oito candidatos é prefeito é saudável. “É saudável existir um número elevado de candidatos, pois abre um leque de opções ao eleitor. É um numero razoável. A questão é a qualidade dos candidatos, que em função da lei eleitoral não podemos fazer um juízo de valor. Mas, podemos mostrar os feitos, os mal feitos, os erros e acertos dos que se apresentam como candidatos”, disse Rubens.
Para Andreolli, “ter um número maior de candidatos pode oferecer uma quantidade de propostas e idéias. Isso é o bom da democracia”.A retirada da candidatura a prefeito de Miguel de Souza (PR), que de última hora decidiu compor com a petista Fátima Cleide foi comentada pelos jornalistas.
“Quem acompanha política, sabe que Miguel queria mesmo ser vice. Ele sempre trabalhou nesse período pré-eleitoral para ser vice, desde a formação do frentão junto com o PSD, PSDB e PV. Cada um buscou seu espaço próprio e Miguel se abrigou debaixo das asas do PT. Ele é experiente e é um vice de peso e que pode somar muito numa eleição, mas o PT é conhecido por afundar os vices”, afirmou Coutinho.
Andreolli concordou e acrescentou que “Miguel seguiu a tendência de ser vice. Dessa vez, até acreditamos que fosse cabeça de chapa, mas ele voltou a ser coadjuvante. Miguel é um tocador de obras e isso se somou na campanha de Fátima de forma positiva”.Sobre a relação do PT, com a divisão entre Fátima Cleide e Roberto Sobrinho, Rubens Coutinho declarou que “Roberto Sobrinho, dizem, compareceu e fez um discurso de apoio à Fátima. Ele não está de bem com a candidata, pois os interesses deles são conflitantes. O candidato preferido de Roberto é mesmo Mário Sérgio e não fará nenhum esforço para eleger a petista. Com Fátima eleita prefeita, Sobrinho fica condenado ao ostracismo dentro do PT”, disse Rubinho.
Segundo Andreolli, “nesse contexto, ele estaria até ajudando não indo á convenção. Sobrinho tem um saco de processos e a sua vida política está comprometida. No período eleitoral, as obras da prefeitura foram retomadas e Roberto ainda pode dar a volta por cima, mas não tem muita ligação com a Fátima e o partido”.
Sobre as trairagens e rasteiras, comuns na formação das alianças nas convenções, eles manifestaram não acreditar em traições na política.
“Traição em política é muito relativa. Político tem um faro apurado e sabe onde coloca o pé. Cada um tem seu interesse próprio. Quando não se conciliam os interesses, há os desacordos. O PMDB, por exemplo, está sem vice-prefeito ainda e pode escolher um de dentro do PMDB ou conseguir aglutinar uma liderança de outra legenda. Raupp não conseguiu apitar nada, foi voto vencido entre os ditos ‘tradicionais’ do PMDB, que não tem votos junto ao leitorado, mas tem forças dentro do diretório”, observou Rubinho.
Já Andreolli citou o exemplo da aliança em São Paulo entre Paulo Maluf (PP) e o ex-presidente Lula (PT) “uma coisa não imaginada antes. Na política, tudo é possível, de acordo com os interesses de cada grupo ou partido”.
Indagados se o apoio do governador Confúcio Moura ajudaria ou atrapalharia os seus candidatos preferidos, eles foram categóricos: “atrapalharia”.
“Seria bom que o governador não subisse no palanque de nenhum de seus preferidos, nem na capital e nem no interior, já que ele não goza de muita popularidade e nem de prestígio. Por exemplo, ele não se meteu na escolha do candidato peemedebista na capital e o partido nem tem definido um vice ainda”, completou Coutinho.
Andreolli comentou que “o PMDB perdeu a chance de ter uma boa candidatura, como a do David Chiquilito. O governador não goza de muita popularidade nem na capital e nem no interior”.
Sobre o apoio de ex-governadores para Mário Português (PPS), se isso vai mais atrapalhar do que ajudar. “Cassol é reconhecido pela sua dificuldade em se relacionar com o funcionalismo público, que tem uma força muito grande na capital. Já Bianco, dispensa comentários, pois foi o responsável por demitir 10 mil servidores. Já Cahulla, não fez muita coisa”, disse Rubens.
Segundo Andreolli, “mandar uma foto do Mário Português abraçado com Bianco não foi nada bom. Além disso, o vice não tem nenhum trabalho político e foi uma escolha prejudicial. Os dois são desconhecidos, mas isso pode ser uma boa, pois não teria a pecha de políticos”.