A Procuradoria Regional Eleitoral de Rondônia não está mesmo para brincadeira. E quem atrever-se a enfrentá-la, julgando-se acima de tudo e de todos, corre o sério risco de cair do cavalo e não mais conseguir levantar-se.
Até agora, já foram impugnadas mais de duzentos e trinta candidaturas. A decisão, é claro, calou favoravelmente fundo na opinião pública.
Observe-se que, por trás da decisão da procuradoria, reside, em parte, o trabalho sério, proficiente e responsável realizado pelos tribunais de contas da União (TCU) e do Estado de Rondônia (TCE), já que muitos dos impugnados ou foram condenados por improbidade administrativa ou tiveram suas contas rejeitadas pelas duas cortes.
Mesmo assim, ainda há os que tentam, por interesses politiqueiros, restringir as atribuições desses e de outros organismos públicos. Em novembro do ano passado, por exemplo, o presidente Lula resolveu partir em tropelia contra o TCU, só por que o órgão apontou várias irregularidades em obras do PAC.
Se a corrupção, no uso de verbas públicas, atingiu patamares inaceitáveis, mesmo com a atuação rigorosa dos tribunais de contas e dos ministérios públicos, imagine-se o que seria do erário sem essas instituições para fiscalizarem e punir seus predadores.
Precisamos, por isso mesmo, fortalecer, cada vez mais, nossas instituições, blindando-as da ação nefasta de bonifrates, travestidos de políticos, capazes de quaisquer sacrifícios, até mesmo de um gesto de honestidade, para tentarem desmoralizá-las perante a opinião pública, por meras conveniências e prerrogativas mesquinhas.
Vamos sepultar, definitivamente, esse modelo obsoleto e caduco de fazer política, que tanto mal já fez ao estado e ao município, fazendo renascer na vida pública, com o recrutamento de novos valores, o culto pela moralidade e pela dignidade, para substituir esse estágio de espertezas e veleidade que herdamos do passado.
Lugar de político ficha suja é na cadeia. O povo não pode continuar acreditando nos parasitas da carótida social. Na defesa de sua consciência e de suas convicções, ele tem que saber lutar, com força e galhardia, contra as maquinações dos políticos demagogos, que agem em causa própria e de seus apaniguados.
A decisão da Procuradoria Regional Eleitoral de Rondônia, consubstanciada, em tese, repita-se, no trabalho do TCU e do TCE, mostrou que o bem coletivo está acima de privilégios políticos contrariados e que é preciso escoimar essa gente dos quadros políticos. Caso contrário, continuaremos assistindo as mesmas cenas de corrupção e de desrespeito contra a sociedade.