POLÍTICA & MURUPI - Por Leo Ladeia
Foto: Divulgação
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"A fidelidade canina dos deputados estaduais com a administração “Respeito e Trabalho” está sendo recompensada, com abraço de urso."– Carlos Sperança, “o Bruxo”, sobre os 22 dos 33 secretários do governo que disputarão uma vaga na ALE
01 – Cabra marcado para perder
Desculpe-me o cidadão João Cahula – nada pessoal – mas, que operação é esta que se desenha sob o chapéu do Cassol para incentivá-lo à disputa pelo governo de Rondônia contra uma penca de nomes que se apresentam para a disputa, já testados nas urnas e lixando nomes como um Expedito Jr, ou seus deputados e/ou secretários com maiores chances? Não faz sentido. E Cahula, que parece ter sido picado pela mosca azul,já pôs o bloco na rua. Como já vi esse filme antes com Everton e Garçon, só posso acreditar que o Cahula foi o escolhido como a próxima vítima para perder. Mas, que sentido faz isso?
02 – E a fila volta a andar
E a semana promete com a CPI da Petrobrás puxando a carroça. Vale a pena dar um giro pelos bastidores do que rola nessa CPI, lendo o descolado e irreverente texto do jornalista Vitor Hugo Soares, disponível no blog do Noblat. Na quinta feira o TSE se reúne e vamos ficar de cara com mais um governador – dessa vez o Luiz Henrique de Santa Catarina – que está com pescoço pronto para a lâmina. É o quarto da fila de oito, dentre os quais, Ivo Cassol de Rondônia. Dos três julgados, apenas Valdez Góes do Amapá escapou, o que já demonstra o “animus furibundis” dos capas pretas. No caso Cassol, além da dúvida sobre a sentença, outra está tirando o sono de muita gente: quem assume se ele for cassado? Se os votos forem anulados, vai Fátima Cleide. Caso contrário, Neodi é o próximo da fila.
03 – Uma viagem do peru. Com batata e sal.
Lá pelos anos 90 um grupo de aventureiros – empresários na sua maioria – resolveu olhar de perto o Pacífico, saindo de Rondônia e cruzando a Cordilheira dos Andes. O sonho de Miguel de Souza ainda era sonho. Valeu mas, qual o sentido do remake agora em
04 – Refre$co $emanal
As revistas semanais resolveram dar uma trégua ao Congresso Nacional, o que significa dizer que ou acabaram-se os estoques de denúncias ou a sujeira foi parar sob o tapete, ou “domaram” a imprensa. Claro que umas notinhas aqui, outras ali, requentando o prato frio ainda vão sair mas, o amargedon parlamentar foi postergado. Por coincidência o tema viagem internacional foi normatizado e a Câmara pode atender, dentro de novos critérios. A proposta da FGV não será mais abordada, os passageiros da agonia terão seus nomes preservados, o comércio de smiles nunca terá existido, o percentual de economia ficará em sigilo e todos os parlamentares farão discursos sobre os novos tempos do “clubinho”.
05 – Preparando o consórcio
Foi desnecessária a publicação de nota oficial sobre o assunto – aliás, diferentemente das vezes anteriores, o silêncio envolveu a operação – mas, conferindo a resolução que criou a comissão de reestruturação do PSDB em Rondônia, percebe-se que o critério obedeceu a uma divisão 50/50. Ou seja, o consórcio eleitoral pretende criar um pássaro que é meio e meio outro bicho ainda não revelado. Se Cassol, estiver no meio, pode ser um tucano de chapéu, se Cahula entrar no meio, acrescenta-se um bigode. Como Casara entende de transgenia, cabe a ele juntar os acessórios e montar o bicho de acordo com a vontade do Expedito Jr. E como será o bicho? Meio tucano, meio escorpião? É o que mais parece.
06 – Expedito e o drible da vaca
Cassol pode ser um bom atacante mas sua defesa vacilou e Expedito aplicou a sua mais conhecida e manjada jogada: o drible da vaca, jogando a bola por uma lado e pegando do outro. Foi assim com Jerônimo, Piana, Raupp, Bianco e agora Cassol, apenas com uma diferença. Expedito trabalha para viabilizar sua própria candidatura e, dessa vez, não se pode a rigor falar em traição do Expedito, vez que Cassol já o havia rifado quando optou pelo nome do Cahula. Não se pode esquecer que além do sonho acalentado por toda sua vida, Expedito está na desconfortável situação de ter o seu mandato pendurado por uma decisão do Senado, que se faz de gato morto, contrariando outra decisão: a do TSE.
07 – A “Esfinge” que anda
Bianco é um político à moda antiga. Não abre o jogo, nada fala, negaceia, é o paranaense mais mineiro que conheço. Bianco não vai apenas à beira do abismo, mas, gosta de fazer piquenique por lá. Para conhecer seu estilo é preciso acompanhá-lo. Conseguir dele uma palavra sobre planos é impossível mas, Bianco começou a andar e fazer reuniões, onde fala o necessário e ouve muito. Indício de que prepara o bote para a campanha eleitoral. A governo possivelmente. A senado se a coisa extrapolar e aí o fator Expedito neo-tucano pode interferir. Interlocutor constante de todas as correntes políticas do estado, Bianco conhece cada opção apresentada, nomes, possibilidades e, não de ouvir dizer mas, na pele, os traidores. Se o PSDB era “la belle de jour”, Bianco é o par desejado por todos.
08 – De Cassol e Expedito
Nem o mais emperdenido anti cassolista acredita que Cassol tenha se envolvido naquela lambança de compra de votos mas, o certo é que para a justiça ele foi beneficiário e pode ser cassado em função disso. De início Cassol absorveu e, em nenhum momento detonou o parceiro. Mas, de algum tempo para cá, o relacionamento – pelo menos na mídia – vem esfriando e a gota d`água pode ter sido a inclinação de Cassol por Cahula. No parlamento Expedito tem sido um parceiro leal do Cassol mas, construiu sua vida de forma autônoma, sem pedir a bênção. Parlamentar por excelência, sua rede de amigos aumentou, se abriu e Cassol um anti-parlamentar pode vir a conhecer o outro Expedito. Se já não conhecia...
09 – Sem medo de ser feliz
As pesquisas apenas para consumo interno mostram que Confúcio e o PMDB acertaram na escolha para antecipar o processo e largar na frente. Com uma administração redonda em Ariquemes, bem aceito pelo povo e como político sem escândalos na sua biografia, Confúcio dedica-se a angariar o apoio da militância mostrando o que fez em casa e qual a sua visão para governar o estado. Na pauta ações coordenadas sobre o meio-ambiente e soluções de maior e/ou menor complexidade para enfrentar a questão do desmatamento. Ao consolidar seu nome dentro do partido e junto ao eleitorado, Confúcio deixa para trás o PT às voltas com a indicação para a disputa. Quem chega primeiro bebe água mais limpa.
10 – Uma novíssima ALE?
Pelo andar da carruagem, de novo teremos uma renovação recorde na Assembléia. E que não se culpe o eleitor por isso. Ao se alinhar de fio a pavio ao executivo, a Assembléia fez a opção pelo estilo corporativo engajado e grandes temas, ligados à atividade de legislar foram deixados a cargo do governo estadual que não se fez de rogado mandou a rodo. Pautados por Cassol, os deputados pouco se dedicaram também à tarefa mais nobre do parlamento que é fiscalizar o executivo. O crepúsculo já se inicia e o tempo para reverter o quadro é curto. Salvo uns poucos, a grande maioria ficou até agora invisível ao eleitor ou apareceu com discursos vazios, bandeiras discutíveis ou bate-boca sem nexo. Se a legislatura anterior pecou pelo enfrentamento, a de agora peca pelo alinhamento irrestrito
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