“Precisamos conhecer os contratos da Câmara”, diz Jaime Gazola

Da Redação

16 de Fevereiro de 2009 às 18:26

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“Precisamos conhecer os contratos da Câmara”, diz Jaime Gazola

Foto: Divulgação

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Porto Velho – A sessão plenária da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (16) teve como principal mote, críticas as denúncias do Rondoniavivo.com sobre os contratos suspeitos do Poder Legislativo municipal com algumas empresas. Na semana passada, o noticioso eletrônico divulgou uma relação de contratos que foram publicados no Diário Oficial do Município no dia 02 de janeiro, um dia após a posse dos vereadores. Um exemplo foi o do Posto Vip, de pouco mais de R$ 70 mil, por três meses. Outro que levanta suspeita é a contratação de uma empresa que presta serviços de fotocópias, por mais de R$ 300 mil.

Na sessão desta segunda, o presidente da Câmara, vereador Hermínio Coelho (PT), declarou que “sentiu-se magoado e doído”, principalmente com os comentários dos leitores, no espaço destinado a interação com os internautas, onde alguns que se identificavam como servidores da Casa, faziam críticas contra sua administração, “sou o presidente que mais defendeu e defende os interesses dos servidores dessa Casa”, argumentou.

“Renuncio se encontrarem irregularidades”

Durante seu discurso, que durou pouco mais de dez minutos, o vereador declarou que sempre pautou sua vida pública pela ética e pela honestidade, “e faço aqui um desafio, se alguém comprovar qualquer ato desonesto meu, eu renuncio e vou embora de Porto Velho”, disse Hermínio que completou, “sou amigo do prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho e nem por isso peço favores pessoais a ele. Nunca intercedi por nenhuma empresa ou pessoa” finalizou o vereador.

Desconhecimento da Lei

O vereador Marcelo Reis (PV), que milita na imprensa rondoniense há 18 anos, fez coro com o presidente da Câmara e acrescentou que “de acordo com a Constituição e com a Lei de Imprensa, deve-se ouvir os dois lados para produzir uma reportagem”. Ocorre que nem a Lei de Imprensa (Lei nº 5.250 de 9 de fevereiro de 1967), tampouco a Constituição dizem isso. Essa é uma norma adotada por alguns veículos baseados em manual de redações, como o da Rede Globo e da Folha de São Paulo, mas não é obrigatória.

Reis declarou ainda que “acreditava que as denúncias veículadas pareciam uma tentativa de achaque por parte dos veículos que faziam as denúncias”, mas não nominou esses supostos achacadores. Disse ainda que “baseado na Lei de Imprensa e na Constituição” iria, se necessário fosse, entrar com uma representação no Tribunal de Contas (sic) e Ministério Público para cassar os registros profissionais dos responsáveis”.

Contratos secretos

O vereador Jaime Gazola (PV), do mesmo partido de Reis, disse que estava acompanhando o noticiário acerca das denúncias, mas que para tomar alguma posição teria primeiro que conhecer os contratos, “precisamos ver esses contratos para sabermos do que se trata. Eles precisam ser tornados públicos”, disse Gazola. Ao final da fala do vereador, o presidente Hermínio Coelho afirmou que “esses contratos foram mantidos porque a Câmara precisa de manutenção nos meses de janeiro e fevereiro e ainda hoje, ao final da sessão, vamos fazer uma reunião para apresentar aos companheiros”, afirmou Hermínio.

Imprensa

Fugindo a regra, praticamente toda imprensa da Capital estava presente a sessão desta segunda-feira. Muitos dos jornalistas foram pautados por seus editores para “ir a Câmara” mas não foram informados do assunto que faria parte da sessão desta segunda-feira. Estavam presentes sites jornalísticos, tevês Rondônia, Rede TV!, TV Allamanda e TV Jornet. Os jornais Diário da Amazônia, Folha de Rondônia e O Estadão também enviaram repórteres para cobrir a sessão desta segunda. Sobre a presença da imprensa, o vereador Claudio Carvalho declarou, “acho que o presidente está dando uma proporção maior do que o assunto merece. Não vejo porque abrirmos uma sessão para tratar apenas disso”.

Cidade às escuras

A sessão desta segunda-feira também serviu para mostrar que alguns dos vereadores eleitos neste último pleito estão mais preocupados em defender seus interesses que com o bem estar da população. Na abertura da sessão, foram lidos dezenas de pedidos de providência, principalmente no que diz respeito a iluminação pública. No total foram 32 pedidos de troca de lâmpadas e colocação de postes, além de 22 pedidos de limpeza e encascalhamento de ruas. Se os vereadores realmente estivessem exercendo suas funções, aproveitariam a presença de toda a imprensa para cobrar da prefeitura a execução dessas ações.

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