Política em Três Tempos - por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – ROBERTO KUPPÊ Entre as histórias extravagantes envolvendo o nome do jornalista Roberto Moraes da Silva – conhecido como Roberto Kuppê -, motivadas pela ampla notoriedade alcançada desde que se tornou titular de uma conta bancária no valor de cerca de R$ 19 milhões após acertar as seis dezenas do concurso 888 da mega-sena, uma das mais esdrúxulas dá conta de que o rondoniense seria apenas o “laranja” do deputado federal Lindomar Garçom (PV) - ou de um grupo que aposta no nome do parlamentar – usado para desalojar o petista Roberto Sobrinho do Palácio Tancredo Neves no pleito do ano que vem. De acordo com essa fantasia febril e delirante, Garçom e/ou seus agentes, numa operação surreal, teriam localizado rapidamente o verdadeiro ganhador da mega, convencido-o a vender o bilhete premiado por uma quantia algo acima do valor declarado pela Caixa Econômica, quando então teriam chamado Kuppê para reclamar o prêmio e desempenhar o papel de feliz acertador do sorteio. O propósito da complexa e imponderável manobra seria, claro, o de uma lavagem de dinheiro, proveniente sabe-se lá de que pavorosas atividades – aí incluída, naturalmente, o narcotráfico -, cujo destino seria o de financiar a campanha eleitoral da candidatura de Lindomar Garçom à Prefeitura de Porto Velho em 2008. O fato de Kuppê trabalhar na assessoria do deputado somado às especulações que começaram a circular dando conta de que o jornalista poderia integrar a chapa de Garçom na condição de candidato a vice-prefeito da Capital resultou no ingrediente que está servindo como desculpa para gente tida como séria considerar que a história pode ter alguma credibilidade. Pela quantidade de manifestações pouco lisonjeiras produzidas por desafetos vários, dir-se-ia ser mais esta história outro fruto da mesma árvore, só que injetado com o mais funesto dos venenos – nada menos que a inveja, de resto um sentimento vil e indigno que, segundo os postulados esotéricos, produz o pesar e o desgosto pela felicidade alheia. 2 – PROJETOS POLÍTICOS Infelizmente, não é tão simples assim. Conquanto a amargura cobiçosa possa estar na semente que fez germinar a planta malévola, o fertilizante que garantiu a insidiosa colheita atende pelo nome de política. Noves fora o absurdo que seria encontrar alguém que, em sendo bafejado por tamanha sorte, fosse capaz de arriscar-se perigosamente a perder tudo e ainda amargar uma boa cadeia por conta de uma transação dessa, na remota hipótese de que se insista nessa história ou em desvarios semelhantes com o propósito de amedrontar Kuppê procurando fazê-lo recuar de um eventual projeto político, recomenda-se aos possíveis autores desses roteiros inteirar-se do tamanho das beligerâncias recentes do jornalista para saber direito com quem estão lidando. Vamos, no entanto, por partes. Primeiro, não se conhece qualquer declaração de Roberto Kuppê confirmando de forma peremptória as diversas conjecturas sobre empreendimentos políticos acerca dos quais tenha decidido participar ativamente. O que existem são apenas o que se escreveu aí – especulações nesse sentido. No entanto, como o jornalista também não as desmente de maneira inequívoca, é legítimo supor que não descarta a possibilidade. Daí, porém, a inferir que esteja trabalhando para ocupar a candidatura de vice-prefeito da Capital na cogitada chapa encabeçada por Lindomar Garçom é dedução para lá de pueril, para não dizer pura adivinhação. Mas é quase certo, conceda-se, que Kuppê inclua uma incursão pela política entre suas aspirações. Como regra geral, todo jornalista que trabalha no setor vislumbra esse horizonte. Não por acaso, vira e mexe, uns tantos avaliam que podem chegar lá e a quase totalidade termina caindo das nuvens. Do modo mais doloroso, este contingente já concluiu que, definitivamente, apenas com a cara e a coragem não dá. Considerando que, hoje, este não é mais o caso de Kuppê, só se poderá concluir se a política está ou não fora das suas cogitações quando ele próprio vier a público dizê-lo com precisão. 3 – PRIMEIRAS AÇÕES Até onde a coluna pode informar, o certo é que o novo milionário está para lá de decidido a levar adiante a idéia de colocar de pé o Instituto Mateus Moraes, uma entidade beneficente por intermédio da qual pretende atuar na área da assistência social, entre outras iniciativas, prestando ajuda às pessoas carentes. Em que pese a mesma gênese, não parece filantropia no sentido tradicional, mas um gesto misto de religiosidade – está convencido de que, por ter abrigado os filhos do irmão falecido (Mateus), o espírito deste interferiu no sorteio em que foi premiado - e de solidariedade de classe mesmo – os proprietários do Almanara, por exemplo, lembram do menino Roberto levando do restaurante sobras de comida para casa. Assim é que, nesta sexta-feira (21), não obstante a sede da entidade estar projetada para Porto Velho, vai inaugurar em Brasília, com a presença de 15 jornalistas do pedaço cujas passagens e estadia financiou, o primeiro braço do instituto – uma Casa de Apoio para recepcionar carentes e acompanhantes cuja saúde exigir tratamento na Capital do Distrito Federal. Na ocasião, sob a sua presidência, será empossada a primeira diretoria do Mateus Moraes, integrada por Júlia Arcanjo (vice-presidente), Marcelo Gladson (tesoureiro), Carlos Alberto Miranda (jurídico) e Francisco Ruiz (administrativo). E está em curso a primeira promoção da entidade, destinada a premiar 100 crianças no dia 12 de outubro mediante o envio de cartas que vão ser selecionadas pelo próprio Kuppê (regulamento no www.blogdokuppe.com.br). Repare o leitor o cuidado de prover com bastante publicidade toda iniciativa que diga respeito à entidade. O que muitos tomarão como simples autopromoção é, na verdade, essencial para o empreendimento (antes de meter os pés pelas mãos, foi tomar lições com quem entende, no Instituto Airton Senna). Serve, obviamente, também aos eventuais projetos políticos. Que quando e se tomarem forma poderão apresentar qualquer defeito, menos a marca do improviso.
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