Concubinato político - Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Os últimos acontecimentos políticos de Porto Velho, se não são tudo, podem dar boa idéia do que será a campanha eleitoral com vistas ao palácio Tancredo Neves e à Câmara Municipal, no próximo mês de outubro. Os pródomos que marcaram a convenção do PMDB (que decidiu coligar com o PT, indicando o empresário e vereador licenciado Emerson Castro, como candidato a vice-prefeito na chapa de Roberto Sobrinho), dão bem loquaz do que poderá acontecerá até a realização do pleito. Houve de tudo, desde traições, passando por troca de impropérios, até uma denúncia junto ao Ministério Público Eleitoral, apresentada por um filiado do PMDB, acusando o prefeito Roberto Sobrinho de cooptar convencionais em permuta de cargos na prefeitura, para ajudar a sacramentar a aliança entre os dois partidos. À semelhança do que aconteça noutras latitudes, o prefeito mostrou que, por essas bandas, política também se faz com boas doses de pragmatismo, oportunismo e, principalmente, “é dando que se recebe”. Para o prefeito, contudo, importa nada a coincidência de pontos de vista, desde que o esquecimento de princípios e propósitos concorra para amealhar apoios. Igualmente, é irrelevante a interpretação que certos dirigentes têm de seu papel, do sistema político e das necessidades sociais, como base de sustentação de alianças ou frentes partidárias. No fundo, o que a experiência petista tem revelado é o absoluto desprezo por regras em geral seguidas em outros rincões, não raros citados por muitos deles, como exemplos a serem imitados. É deplorável que o prefeito se tenha valido de recurso condenado pelo PT, no passado, para catar votos de convencionais, segundo Flávio de Castro Magno, autor da denúncia. Deplora-se, ainda, que o chefe da comuna se tenha inspirado no mesmo vezo praticado por adversários, para facilitar um concubinato político, como diria uma internauta. Só isso poderia esclarecer nomeações de última hora, arranjos inesperados, propostas indecentes e o desejo de um quadro que em nada ajuda à consolidação democrática ou ao amadurecimento político do cidadão. O petismo fala muito em cidadania, recheia seus discursos de intenções moralizadoras, mas a realidade está muito distante disso. Pelo contrário, a cada novo movimento no tabuleiro político, o que se tem podido observar é o desejo insaciável de apropriar-se do aparelho administrativo, não importando a esfera de poder, para objetivos que jamais serão tornados suficientemente claros. Se, no plano federal, verifica-se política de aproximação entre antípodas, com o único e despudorado propósito de concretizar privilégios politiqueiros, não é diferente a situação que se desenha no campo municipal. É uma pena que o PMDB de Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela, Tancredo Neves e Pedro Simon, que lutou contra o autoritarismo e pela redemocratização do país, tenha mergulhado tão fundo na pocilga da politicagem. Quanto ao PT, já está mais do que comprovado que não é diferente de seus adversários. Acabou-se o encanto. É hora de cair na real e vestir a indumentária do fisiologismo, do nepotismo, do clientelismo e tantos outros ismos.
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