Detento de alta periculosidade será transferido para presídio de segurança máxima da capital

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Foto: Divulgação

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O presídio federal de segurança máxima de Rondônia, em Porto Velho, possível destino de João Arcanjo Ribeiro, abriga alguns dos detentos mais perigosos do Brasil, como os traficantes Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e Elias Pereira da Silva, conhecido como Elias Maluco. Mas também estão na penitenciária os ex-policiais militares Célio Alves de Souza e Hércules de Araújo Agostinho, acusados de ser pistoleiros de Arcanjo.

Os dois foram condenados pela Justiça por diversos assassinatos. João Arcanjo Ribeiro é acusado de ser o mandante de alguns desses crimes, entre eles o do assassinato do jornalista Sávio Brandão, morto em 2002. Hércules e Célio Alves cumpriram parte da pena no mesmo presídio onde o ex-bicheiro está hoje, mas foram transferidos para a Penitenciária Central do Estado em janeiro de 2010. Três meses depois, os criminosos haviam sido encaminhados para o presídio federal de Porto Velho (RO).

A transferência de Arcanjo para outra penitenciaria de segurança máxima foi autorizada pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul em fevereiro. Na decisão, o juiz Dalton Igor Kita Conrado, da 5ª Vara Federal do Mato Grosso do Sul, pediu à diretoria do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para disponibilizar informações sobre vagas em presídios federais e a possibilidade de troca de presos. O Brasil tem presídios de segurança máxima em Porto Velho, Mossoró (RN), Catanduvas (PR) e Campo Grande (MS), com capacidade de 208 presos cada um.

Nesta semana, o juiz Élcio Arruda, da 3ª Vara Federal de Rondônia, e corregedor do presídio de Porto Velho, informou à Justiça Federal do Mato Grosso do Sul ser a favor da transferência de Arcanjo para a penitenciária de Rondônia. A defesa do preso tem cinco dias para se manifestar e, só depois disso, o juiz Dalton Conrado vai decidir para qual presídio o criminoso será transferido.

Neste mês, o presídio de segurança máxima de Porto Velho foi alvo de inquérito do Ministério Público Federal em Rondônia para apurar denúncias de que os detentos estavam sofrendo tortura psicológica e maus-tratos. Os presos também alegam que tiveram suas correspondências violadas pelos agentes penitenciários e que a comida servida estava estragada.

CRIMES – João Arcanjo Ribeiro foi o chefe do jogo do bicho em Mato Grosso por mais de 20 anos. O “Comendador”, como era conhecido, responde a pelo menos 30 processos entre a Justiça estadual e Federal e foi condenado a 37 anos de prisão por formação de quadrilha, crime contra a ordem tributária, falsidade ideológica e contrabando.

Arcanjo foi preso no Uruguai em 2003 e cumpriu parte da pena na Penitenciária Central do Estado, antigo presídio Pascoal Ramos. O preso foi transferido para Campo Grande (MS) em 2007, depois que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado descobriu que ainda chefiava o jogo do bicho, mesmo atrás das grades.

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