Fim de semana de rebeliões no Urso Panda e na Casa do Menor – Balanço e foto

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Foto: Divulgação

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*Foto/legenda: Viaturas da PM na frente da Casa do Adolescente Setenciado, pós-rebelião. * *Não seria um domingo qualquer, nem um dia normal para o sistema penitenciário de Porto Velho, depois de um tempo de calmaria a cidade foi abalada com a notícia de dois motins ocorridas num curto espaço de tempo em duas das mais visadas instituições prisionais do Estado, se não da região Norte: o Presídio Edvan Mariano Rozendo (Urso Panda) e a Casa do Menor Infrator. *
NO URSO PANDA
*No presídio Urso Panda a rebelião teve início ainda no sábado, quando aproximadamente 256 presos se rebelaram e tomaram conta da ala B, fazendo 54 reféns, envolvendo 10 crianças e 42 mulheres, segundo se apurou até um bebê de um mês de nascido estava no meio. O motim teve início com 80 presos, que interligaram as celas da ala onde ocorreu o motim, que foi ocasionado a partir de uma série de reivindicações a serem atendidas, como a revisão de processos e abuso de poder por parte de agentes penitenciários. *
DOCUMENTO GARANTE FIM DO MOTIM NO URSO PANDA
*No Urso Panda, a movimentação dos amotinados era fazer com que suas reivindicações fossem oficializadas para que o atendimento ocorresse em efeito imediato, para isso era necessário “sensibilizar” o Juiz da Varas de Execuções Penais, Sérgio William Teixeira, que no início da rebelião se recusou a assinar qualquer documento sobre a mudança de situação no presídio, pois a mesma já estava em processo de mudança. *Vale ressaltar que durante todo o motim a movimentação fora da Ala B, onde estava sendo realizada o motim, era tranqüilo, mas ainda no domingo a polícia suspeitava que os amotinados estavam cavando um túnel, o que posteriormente não foi confirmado, mas para melhor segurança, os policiais realizaram uma varredura aos arredores do presídio. *Diante da insistência dos amotinados em permanecerem com os reféns por um período indeterminado e mesmo pela situação precária dos mesmos, Sérgio William acabou assinando o documento de compromisso, onde os presos pedem urgência para a realização de revisões processuais e remoções. Na verdade as negociações já estava concluídas desde a tarde de domingo, faltava apenas a assinatura do Juiz para embasar as reivindicações propostas pelos presos amotinados, o que acabou ocorrendo somente as 22h00 de domingo, colocando fim a rebelião. *
CASA DO ADOLESCENTE
*O outro motim ocorreu na Casa do Adolescente Setenciado, envolvendo cerca de vinte menores infratores, que no início da noite de domingo (07) agrediram três monitores e fizeram um deles de refém. A Casa do Adolescente é uma das mais visadas instituições correcionais no Estado, já foi alvo de vistoria recentemente do Ministério Público Estadual, onde se apuraram visíveis flagrantes da má qualidade das instalações para os menores de maior risco, como celas estreitas para um grande contingente de menores, assim como instalações precárias e mal-feitas, principalmente em relação as instalações elétricas. *A rebelião de domingo teve início depois que um adolescente passou mal durante a tarde e foi levado a Policlínica Manoel Amorim de Matos para averiguações, retornando no início da noite. Mas após o lanche da noite, o garoto passou mal novamente e agitou os seus companheiros que alertaram aos gritos que ele estava morrendo. De acordo com os registros da ocorrência nº 2398/2006 os monitores na tentativa de socorrer o menor foram atacados e rendidos pelos infratores, que estavam armados de chuchos e chegaram a ameaçar a vida dos reféns e dos menores que estavam na cela “Seguro”, justamente aqueles que vivem sob ameaça de morte. A polícia militar foi acionada e negociou com os menores amotinados, que acabaram rendendo. O saldo foi de três monitores lesionados, um deles com um grave ferimento na orelha esquerda. Na Delegacia Central, oito menores foram apresentados, como responsáveis pelo motim na Casa do Menor Setenciado.
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