O imóvel tem duas vertentes na história, e ambas, remetem para a época da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
Foto: George Telles/Assfemm
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O histórico Casarão dos Ingleses, localizado na Vila de Santo Antônio, área onde teve início a cidade de Porto Velho, vem sendo alvo constante de furtos de fios elétricos e peças metálicas. O prédio, que integra o acervo histórico da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), encontra-se em avançado estado de deterioração e corre o risco de se transformar em escombros diante da falta de cuidado, proteção e definição clara sobre a responsabilidade pela sua preservação.
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Segundo o presidente da Associação dos Ferroviários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (Assfemm), George Telles, os furtadores já levaram diversos materiais do interior do casarão. A principal preocupação é com o desaparecimento de janelas, portas e outros componentes metálicos originais, fabricados no século 19, que possuem elevado valor histórico. “Está muito depredado pelo descaso do poder público, mas estamos trabalhando para resgatar esse símbolo tão importante para a nossa Amazônia”, afirmou Telles.
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Na ausência de uma definição entre o governo estadual e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre quem deve assumir a guarda do imóvel, a Associação dos Ferroviários tomou a iniciativa de buscar apoio junto ao governo federal.
O presidente da entidade encaminhou documentação ao Palácio do Planalto solicitando o tombamento do Casarão dos Ingleses. O processo já tramita no Iphan e passou pela instância central do órgão, no Rio de Janeiro, com autorização para prosseguimento.
Busca de restauração
O prédio está localizado nas proximidades da igrejinha de Santo Antônio, no bairro Triângulo, área de grande relevância histórica e turística para a capital rondoniense. George Telles informou que a Associação dos Ferroviários está em tratativas para a revitalização de projeto de restauração do casarão. A proposta busca parceria com a Santo Antônio Energia e a Secretaria do Patrimônio da União em Rondônia.

De acordo com a Assfemm, os recursos para a recuperação deverão ser oriundos de condicionantes ambientais. A entidade reforça que segue trabalhando no resgate da memória da EFMM, com apoio da esfera federal. Diante do desinteresse público pela preservação, Telles destaca que “o trabalho fala pela gente” na luta pela preservação desse importante patrimônio histórico.
Que Casarão é esse?
Conhecido como Casarão dos Ingleses, o imóvel de dois pavimentos foi construído entre o fim do século XIX e o início do século XX, durante o ciclo da borracha. Há duas teorias sobre seus antigos moradores: uma aponta que era ocupado por ingleses, outra por bolivianos. A história do casarão está diretamente ligada à construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, que percorre 366 quilômetros na Amazônia entre Porto Velho e Guajará-Mirim.
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