Essa frase resume uma realidade silenciosa — e cada vez mais comum — para quem cria conteúdo, empreende ou tenta viver do digital. A solidão de produzir, insistir e continuar mesmo quando o retorno vem apenas em visualizações mudas, curtidas tímidas ou, na maior parte do tempo, em absoluto silêncio.
Nas redes expõe houve nesta semana uma grande repercussão desse fenômeno: a plateia invisível. Gente que acompanha cada passo, consome cada postagem, observa cada projeto, mas não interage, não incentiva e, muitas vezes, só aparece quando algo dá errado. Para quem está no front, criando com poucos recursos e muita coragem, esse vazio pode ser devastador.
Especialistas em comportamento digital afirmam que a “audiência silenciosa” sempre existiu, mas agora se tornou dominante. Pesquisas apontam que mais de 70% dos usuários observam, mas não comentam, não compartilham e não demonstram apoio — um padrão conhecido como lurking. Para o criador ou empreendedor, isso gera a sensação de estar falando para ninguém, mesmo quando milhares estão vendo.
Isso funciona como alerta e como confissão: muitos desistem não pela falta de talento, mas pela falta de sinais de vida do outro lado da tela. Ao mesmo tempo, é uma indireta clara para quem consome sem apoiar. Em tempos em que um comentário, um compartilhamento ou um simples “continue” podem definir o fôlego de um pequeno criador, o silêncio se torna quase um posicionamento.
Para quem está tentando sozinho, a mensagem é direta: você não está só — apenas cercado de espectadores que ainda não tiveram coragem de se manifestar. E para quem assiste calado, o lembrete é certeiro: sua palavra pode ser o empurrão que alguém precisa para não desistir.