Dezembro de 2025 marca os 20 anos da formatura da primeira e histórica turma do pioneiro curso de jornalismo da faculdade Faro (Rondônia). Foram os melhores anos da nossa vida como estudantes e tivemos um professor que sempre esteve presente, do começo ao final do curso. Refiro-me ao professor e amigo Hamilton Lima que, para nossa tristeza, soube hoje, tardiamente, partiu fora do combinado no dia 6 de novembro.
Recebi a notícia e logo contatei o amigo jornalista Marcos Souza para compartilhar minha surpresa e tristeza com essa perda. Pois perdemos mais que um mestre, ficamos sem um grande amigo. Estamos órfãos deste docente que tanto nos apoiou naquela época. Meu coração está apertado, pequeno, triste de saber nunca mais conversarei com o Hamilton, apesar da distância, pois ele deixou Porto Velho para trabalhar na Unipampa, no Rio Grande do Sul.
Hamilton, um gremista roxo, um ótimo papo, uma inteligência acima da média e um incentivador dos futuros jornalistas que ele ajudou a formar, não apenas durante as aulas, mas nas longas conversas nos corredores ou fora do universo da faculdade. Hamilton Lima já é uma profunda saudade.
Professor Hamilton era um homem culto, lia e estudava, tinha profundo conhecimento da história do nosso país e perdi as contas de quantas vezes conversamos sobre a ditadura civil-militar, inclusive ele participou de um trabalho nosso, dando seu depoimento sobre o tema. Sempre podíamos contar com seu sorriso sincero, sua gargalhada e não esqueço o jeito que movimentava os ombros ao rir. Era uma grande figura e nós nunca o esqueceremos, pois faz parte da nossa história e formação jornalística e pessoal. Sua morte é uma perda irreparável, não apenas para sua família, mas para seus muitos alunos e admiradores.
Todos os anos, vejam como o Hamilton gostava de uma boa brincadeira, ele publicava uma foto minha tirada durante o intervalo de uma aula prática de fotografia. Eu, distraído segurando um imenso guarda-sol com as cores do arco-íris. Agora, não terei mais essa deferência do caro mestre. Não poderei mais brincar e escrever um comentário engraçado zoando quando eu o comparava a um personagem da série Lost, o Loke, por serem quase gêmeos. Lembro e fico triste.
Na faculdade, tínhamos um grupo unido formado pelos amigos Marcos, Lais, Rafaela, Catiane, Andréa e eu, conhecido como "Os Chatinhos", por sempre entregar os trabalhos na data e pelas apresentações dos nossos trabalhos. Ficará para sempre na nossa memória quando o professor Hamilton passou um trabalho, meio presente de grego. Ele dividiu a nossa sala em dois grupos e solicitou que fizéssemos uma adaptação do clássico de ficção científica de Stanley Kubrick, 2001, uma odisseia no espaço. E realmente foi uma odisseia. Resumindo: Tiramos nota dez. Aprendemos muito com essa experiência.
Caro Hamilton, saiba, você será sempre reverenciado e lembrado por todos nós. Onde você estiver, descanse em paz.