No ano, a aérea obteve um resultado líquido de R$ 420,3 milhões
Foto: Divulgação
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Acompanhia aérea Azul registrou um lucro líquido ajustado de R$ 138,2 milhões no quarto trimestre de 2018, 53,5% abaixo dos R$ 297,4 milhões em igual período do ano anterior. No ano, a aérea obteve um resultado líquido de R$ 420,3 milhões. Ajustando a itens não recorrentes observados no segundo trimestre, o resultado líquido alcançou R$ 703,6 milhões, recorde para a companhia.
A aérea explicou que a queda no lucro observada nos últimos três meses de 2018 ante igual etapa do ano anterior deve-se ao ganho de R$ 154,4 milhões registrado no quarto trimestre de 2017, relacionado ao vencimento da opção de compra de nosso título conversível da TAP.
O Ebitdar (lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos com leasing de aeronaves) somou R$ 762,7 milhões entre outubro a dezembro do ano passado, o que corresponde a um crescimento de 14,5% ante igual intervalo de 2017, com margem Ebitdar de 30,7%, 0,2 ponto porcentual (p.p.) maior na comparação anual. No ano, o indicador totalizou R$ 2,644 bilhões, alta de 13,5%, com margem de 28,7%, queda de 1,3 p.p..
O resultado operacional (Ebit) ajustado atingiu R$ 282,9 milhões no quarto trimestre, queda de 4,9% no comparativo anual. A margem Ebit alcançou 11,4%, queda de 2,2 p.p. ante o quarto trimestre de 2017. No ano, o Ebit somou R$ 808,7 milhões, baixa de 4,7% frente o exercício anterior, com queda de 2,1 p.p. na margem Ebit, para 8,8%, dentro do intervalo da projeção dada pela companhia, de intervalo entre 9% e 11%.
Receita líquida
A receita líquida cresceu 13,5% entre outubro e dezembro, frente igual etapa de 2017, para R$ 2,48 bilhões. No ano, a receita líquida totalizou R$ 9,204 bilhões, montante 18,4% maior.
Já o resultado financeiro da companhia foi negativo em R$ 173 milhões no trimestre, 123,6% maior que a despesa financeira líquida de R$ 77,4 milhões no quarto trimestre de 2017. No ano o resultado financeiro líquido ficou negativo em R$ 265,4 milhões, 42,5% menor que o verificado em 2017.
CASK
A Azul registrou no quarto trimestre de 2018 um aumento de 1,9% no custo operacional por assento disponível por quilômetro (CASK), que atingiu 29,60 centavos de real, ante 29,03 centavos de real anotados em igual período do ano anterior. Segundo a companhia, esse desempenho reflete a desvalorização média do real de 17,3% e o aumento de 37,2% no preço do combustível por litro, parcialmente compensado pela adição de aeronaves de nova geração Airbus A320neo, mais eficientes na queima de combustível, e pelo aumento de 14,1% na oferta ano contra ano. No ano, o CASK alcançou os 28,60 centavos de real, 4,5% acima dos 27,37 anotados um ano antes.
Já o CASK ex-combustível (excluindo despesas com combustível) foi de 19,27 centavos de real entre outubro e dezembro, queda de 8,1% no comparativo com igual etapa de 2017. No ano, o indicador ficou em 19,59 centavos, queda de 2,4%, dentro do intervalo das projeções, que apontava para uma queda de 1% a 3% na mesma comparação.
Yield e PRASK
O yield, isto é, o valor médio pago por um passageiro para voar um quilômetro, ficou em 37,99 centavos de real no quarto trimestre, 1% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado. No ano, o yield ficou em 35,89 centavos, ante os 35,64 do ano anterior. A companhia destacou, no entanto, que ajustado a itens na recorrentes, o indicador alcançou 36,10 centavos, alta de 1,3%.
Já o PRASK, ou seja, a receita de passageiros dividida pelo total de assentos-quilômetro disponíveis, ficou em 31,52 centavos de real no quarto trimestre, queda de 0,7% na comparação com igual etapa de 2017. A companhia explicou que o recuo se deve, principalmente, ao aumento de 18,9% na capacidade internacional. Ajustando pelo efeito do crescimento de 6,6% da etapa média, o PRASK aumentou 2,5%, informou a Azul. No ano, a linha ficou em 29,57, enquanto o valor ajustado alcançou 29,71 centavos, ante 29,25 centavos do ano anterior.
A receita operacional por ASK, o RASK (receita operacional dividida pelo total de assentos-quilômetro oferecidos), somou 33,41 centavos de real, baixa de 0,6% em um ano. No consolidado de 2018, a linha atingiu 31,18, ou um número ajustado de 31,36 ante 30,73 do exercício anterior.
Custos e despesas operacionais
Os custos e despesas operacionais da Azul somaram R$ 2,197 bilhões no quarto trimestre, um aumento de 16,4% ante o R$ 1,888 bilhão registrado em igual período do ano passado. No ano, a linha totalizou R$ 8,396 bilhões, alta de 21,2% sobre 2017.
Os custos da companhia no trimestre foram pressionados pelo preço do querosene de aviação. Os gastos da Azul com combustível cresceram 46,4% no quarto trimestre e totalizaram R$ 766,8 milhões, refletindo principalmente a alta de 37,2% no preço do combustível por litro e o maior número de voos internacionais, contrabalançado pela introdução de aeronaves mais eficientes na queima de combustível. Os custos com combustível por ASK (assento-quilômetro oferecido) tiveram aumento de 28,3%.
Entre outubro e dezembro também aumentaram os custos e despesas da aérea com "arrendamentos mercantis de aeronaves e outros". Nessa linha, os valores somaram R$ 408,1 milhões, uma alta de 29,4% no comparativo anual, puxada pela depreciação do real ante o dólar, de 17,3%, e pelo aumento na quantidade de aeronaves A320neo na frota, que são maiores. Em termos de ASK, o arrendamento mercantil de aeronaves e outros aumentaram em 13,4% comparado ao quarto trimestre de 2017.
Destaque, ainda, para o aumento das tarifas aeroportuárias, de 15,2% ou R$ 19,6 milhões, para R$ 148,9 milhões, devido ao aumento de 14,1% na capacidade da companhia e ao crescimento de 6,6% da etapa média.
O controle nos gastos com salários e benefícios ajudou a conter a alta dos custos da Azul. A linha se reduziu 3,2% e ficou em R$ 354,8 milhões, com a menor provisão para bônus e participação nos lucros e resultados. Em termos de ASK, os salários e os benefícios recuaram 15,2%.
Projeções
A Azul prevê uma melhora de sua margem operacional em 2019 na comparação com o ano passado. A companhia projeta uma margem Ebit para este ano entre 18% a 20%, comparado com uma margem de 15,1% em 2018 de acordo com o padrão IFRS 16, que será adotado a partir deste ano. Por este padrão, explicou a companhia, todas as aeronaves que hoje estão sob arrendamento operacional passarão a ser reconhecidas no balanço da Azul, similar ao reconhecimento de arrendamentos financeiros, de acordo com o IAS 17. Pelo padrão IAS 17 reportado, a margem Ebit ficou em 8,8% em 2018.
A companhia também prevê para 2019 uma redução do custo operacional dividido pelo total de assentos-quilômetro oferecidos (CASK) da ordem de 1% a 3% em relação a 2018. Essa redução, explica a Azul, será possível com o aumento da oferta de assentos.
A aérea prevê aumentar sua capacidade de 18% a 20%, com um crescimento de 16% a 18% no número de assentos disponíveis multiplicado pelos quilômetros voados (ASKs) domésticos, provenientes da substituição de aeronaves menores por A320neos, e um aumento de 20% a 25% na capacidade internacional, relacionada principalmente à introdução de três A330 durante o ano.
"A nova geração de aeronaves representou 30% dos nossos ASKs em 2018 e estimamos que represente 40% da nossa capacidade total em 2019", conforme a mensagem da administração que acompanha o demonstrativo financeiro. Conforme já havia informado, a Azul espera adicionar um total de 21 aeronaves à frota ao longo deste ano, sendo 12 A320neos, seis Embraer E2s e três A330neo. Por outro lado, serão removidos 15 E-Jets, terminando o ano com 129 aeronaves operacionais, acima das 125 anotadas ao fim de dezembro.
A Azul salientou que as estimativas excluem o impacto de uma potencial joint venture com os Correios e a possível aquisição de ativos selecionados da Avianca Brasil.
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