Foram classificados 17 trabalhos para exposição.
Foto: Divulgação
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Relatos de casos clínicos de patologias amazônicas associadas a quadro de imunodeficiência, além de ensaios clínicos para tratamento de doenças negligenciadas e de pesquisas em população ribeirinha, mostraram durante o 53° Congresso Brasileiro de Medicina Tropical, realizado de 27 a 30 de agosto, em Cuiabá (MT), que o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) está conseguindo alinhar assistência, ensino e pesquisa.
De acordo com o médico, Sérgio Basano, foram classificados 17 trabalhos para exposição no mais tradicional e antigo congresso de infectologia do País, e dois desses foram indicados para apresentações orais em temas livres. Além disso, o corpo clínico do hospital foi convidado para ministrar palestra sobre tratamento de filariose amazônica (doença parasitária crônica causada por vermes nematóides) e para a coordenação de uma mesa sobre doenças parasitárias.
Segundo ele, os trabalhos apresentados também tiveram a participação de outras instituições de pesquisa como a USP (ICB-5) e Fiocruz, além de estudantes de instituições de ensino superior conveniadas com a Secretaria de Saúde (Sesau) de Rondônia.
Para Sérgio Basano, a participação do Cemetron foi importante porque mostrou que a instituição não presta apenas assistência médica aos pacientes, mas também atua com a pesquisa, a partir de reatos de casos, para o diagnóstico e cura precisos.
Os trabalhos de pesquisa do Cemetron selecionados para apresentações orais foram sobre a prevalência de hanseníase em comunidades ribeirinhas ao longo do tio Madeira, utilizando-se a ficha de autoimagem e ensaio clínico fase III avaliando a eficácia da ivermectina no tratamento da filariose Mansonella ozzardi.
Os demais trabalhos trataram de relatos de casos sobre histoplasmose cutânea em paciente soropositivo, histoplasmose disseminada em paciente imunocompetente portador de HIV.
Pioderma grangrenosa em Rondônia, febre reumática no hospital infantil em Rondônia, toxoplasmose congênita com microcefalia, tuberculose perianal, avaliação laboratorial e efeitos adversos ao tratamento da Mansonella ozzardi com o uso de ivermectina, estudo retrospectivo do perfil epidemiológico das hepatites b e d, sintomatologia clínica da Mansonella ozzardi, prevalência de malária em crianças e infecção por Oropouche associada à hepatite b descompensada.
A mansonella é uma doença documentada na Amazônia pela primeira vez em 1897, provocada por vermes, e é transmitida por mosquitos Culex ou moscas Simulim (borrachudo). Geralmente leve ou sem sintomas, muito raramente mortal.
O tratamento é um desafio porque existem poucas drogas avaliadas e estudadas para o seu tratamento. No estudo foi observada a diminuição estatística para cefaleia e tontura e não foram relatadas adenomegalias (aumento de gânglio linfático) e “frieza” em pernas, comuns em outras avaliações.
A conclusão é que a ivermectina na dose preconizada apresentou segurança para o tratamento desta parasitose, embora tenha apresentado efeitos adversos, classificados como leves e moderados, e não houve nenhum caso entre os pacientes estudados que apresentou efeito colateral grave.
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