Peixes são retirados às pressas de fazenda atacada por cangaceiros

Peixes são retirados às pressas de fazenda atacada por cangaceiros

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Foto: Divulgação

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Na manhã deste sábado (20), vários homens começaram a realizar uma “despesca” nas represas da Fazenda Fluminense, localizada na região da Gleba Rio Alto, divisa entre Monte Negro e Buritis. De acordo com os trabalhadores, a despesca antecipada acontece após os ataques por parte de um grupo de invasores que age na região tomando terras com terror e violência. Como os funcionários tiveram que fugir do local para não serem mortos, não tinha ninguém para alimentar os peixes da espécie tambaqui, que estavam perdendo peso.

Ainda segundo os trabalhadores, os criminosos abriram as comportas de alguns tanques e os peixes escaparam. Eles afirmaram ao Rondôniavip que os invasores estão roubando os peixes e os animais ficaram praticamente abandonados na fazenda por motivos de segurança, já que ninguém pode ficar para cuidar das criações.

Durante a retirada dos peixes, muitos estavam abaixo do peso e/ou tamanho ideal para a despesca, ou seja, causando ainda mais prejuízo aos proprietários da Fazenda Fluminense. O trabalho está sendo acompanhado, por policiais militares, sob ordem judicial, para dar segurança aos trabalhadores.

Histórico

O primeiro ataque na fazenda aconteceu na virada do ano, onde um dos supostos invasores foi morto pelos próprios companheiros com um tiro no rosto. Duas casas da propriedade foram queimadas com todos os móveis dentro. Cercas foram cortadas com moto serra, além das paredes e portas de outras residências.

Também foram vistas várias marcas de bala nas paredes e caixas d'águas. Os peritos recolheram várias cápsulas de espingarda calibre 12. No local não havia mais ninguém, tudo foi abandonado. Um claro sinal de que os trabalhadores da fazenda que não tiveram a casa incendiada deixaram as suas casas às pressas, sem levar nada.

O segundo ataque aconteceu no dia 03 de fevereiro, onde um bando armado e violento queimou casas e deixou bandeiras da LCP. Policiais Militares do GOE e do 3° pelotão de Monte Negro foram ao local e constataram que três casas e galpões de guarda de ração foram incendiados de forma criminosa, cercas e currais também foram cortadas com moto serra.

A reportagem conversou com um dos policiais que esteve no local e ele informou que encontrou cápsulas de cartucho calibre 12 espalhados, os criminosos fugiram e deixaram marcas com a sigla da Liga dos Camponeses Pobres - LCP. Três vaqueiros estavam na sede da fazenda e abandonaram o local ao perceberem a chegada do bando.

Cinco dias depois, no dia 08 de fevereiro, ocorreu o terceiro ataque à Fazenda Fluminense, por bandidos armados que cortaram cercas, currais e as árvores, além de deixarem ameaças nas paredes. As polícias Militar e Civil vistoriaram o local e encontraram grande quantia de cápsulas calibre 12 e 9 milímetros deflagradas.

Por fim, no quarto ataque registrado à propriedade, no último dia 13 de fevereiro, cangaceiros que se dizem membros da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), voltaram a agir. De acordo com informações da Polícia Militar, três funcionários da propriedade chegavam de caminhonete numa represa para tratar de peixes, quando foram recebidos a bala pelos invasores. As vítimas conseguiram escapar ilesos correndo a pé até uma mata.

O veículo, uma caminhonete L-200 pertencente à fazenda, foi incendiado pelo bando. A PM esteve no local com o auxílio de um helicóptero, mas não foi possível localizar os criminosos.
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