"Só quero saber o motivo", diz homem a repórteres

O comerciante Daniel Lacerda Nascimento, pai do adolescente Matheus Rezende, assassinado na madrugada do dia 1º de janeiro de 2015 durante a festa de réveillon promovida pela prefeitura de Vilhena, cujo autor do crime é o lavador de carros, Kennedy Gomes

Foto: Divulgação

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O comerciante Daniel Lacerda Nascimento, pai do adolescente Matheus Rezende, assassinado na madrugada do dia 1º de janeiro de 2015 durante a festa de réveillon promovida pela prefeitura de Vilhena, cujo autor do crime é o lavador de carros, Kennedy Gomes da Silva, conversou com a equipe de reportagem do Extra de Rondônia no final da tarde desta quarta-feira, 25, a respeito da morte do filho.

Daniel esteve na Delegacia de Polícia Civil (DPC) de Vilhena na manhã da segunda-feira, 23, quando Kennedy se apresentou voluntariamente à polícia. O comerciante disse que foi até o local pra perguntar ao autor do homicídio que resultou na morte de seu filho o motivo pelo qual decidiu dar as facadas em Matheus.

“Ele não tinha desavença nenhuma com o meu filho, mal conhecia. A confusão era com outra pessoa e mesmo assim ele deu as facadas no Matheus”, disse o comerciante. Daniel Lacerda Nascimento relata que sua vida, bem como de sua família, perdeu todo sentido depois da morte do filho. “Eu estou vivendo um dia depois do outro, pedindo a Deus para o tempo passar logo e a dor ser amenizada”, relata o comerciante.

Nervoso, e revoltado com a morte do adolescente, o pai de Matheus foi enfático ao dizer que não irá tentar fazer justiça com as próprias mãos. “Eu quero que a justiça dos homens seja feita, e que o Kennedy pegue a maior pena prevista para esse tipo de crime. Não quero, e não vou tentar nada contra ele, ou a família. Quero apenas que ele pague pelo crime que cometeu”, garante o pai da vítima.

Daniel Lacerda Nascimento disse, ainda, que nunca procurou a família de Kennedy e nunca passou pela sua cabeça fazer retaliação por conta do incidente que vitimou seu filho. O comerciante relata, ainda, que o pivô da confusão seria um amigo de Kennedy, identificado como Júlio Neto, que tinha desavenças com Matheus. Ainda segundo o pai da vítima, quem estava com a faca utilizada no ataque era um garoto identificado como Tiaguinho. “Tenho testemunhas que pode provar o que estou falando”, disse o comerciante.

Kennedy se apresentou formalmente à justiça e aguarda a finalização do inquérito na Casa de Detenção local. Seu advogado de defesa relatou que pretende tentar um habeas corpus para que o autor do crime aguarde o julgamento em liberdade. Daniel relatou que tem a intenção de ir embora de Vilhena depois de tudo o que aconteceu. “Ficarei até o julgamento, para ter certeza de que o Kennedy será condenado, e que cumprirá sua pena. Depois disso vou embora da cidade. Ele ficou vivo, e a família pode ir à cadeia visita-lo. O meu filho está no cemitério, e só restou a nossa dor”, finalizou a conversa.

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