Enviado de Deus ou do diabo? - Por Valdemir Caldas

A história da humanidade está repleta de exemplos de líderes que não resistiram à tentação do vil metal e caíram em desgraça, não somente perante seus concidadãos, mas, principalmente, perante Deus.

Enviado de Deus ou do diabo? - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo ensina que toda pessoa está sujeita às potestades, porque não há governantes que não venham de Deus, e os que existem foram ordenados por Ele. Por isso, não devemos infamá-los. É o princípio da submissão à autoridade, que se reveste no respeito a que todo cidadão deve ter para com os que lhe governam. E esse ensinamento foi reforçado na primeira epístola endereçada a Tito, “seu verdadeiro filho na fé”.

Não confundir, portanto, cargo hierárquico com forma de governo. Enquanto o cargo é instituído por Deus, o êxito ou fracasso da administração depende das escolhas que fizer o governante. Injusto é atribuir a Deus a responsabilidade pelos erros cometidos pelos que gerenciam a coisa pública.

Em recente entrevista, o ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), procurou acolher-se na figura do administrador “guiado por Deus”. Alguém que será lembrado como o “grande tocado de obras”. O político que “tratou bem a cidade”, cujo povo jamais se esquecerá de seus grandes feitos, enfim, um homem que se diz pronto para “o chamado de Deus”.

A história da humanidade está repleta de exemplos de líderes que não resistiram à tentação do vil metal e caíram em desgraça, não somente perante seus concidadãos, mas, principalmente, perante Deus.

No contexto evangélico, temos a história de Saul, o rei que Deus escolheu para governar o povo de Israel, que reclamava por um líder. Saul até que começou bem o seu reinado, mas, com o tempo, foi enchendo de si e perdendo a humildade, abrindo mão da confiança que tinha no Senhor.

Em maio deste ano, Sobrinho foi condenado pela juíza da Primeira Vara da Fazenda Pública, por improbidade administrativa. Dias atrás, o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia divulgou a lista de políticos e administradores fichas-sujas, na qual aparece o nome do ex-prefeito. Isso, evidentemente, sem falar na penca de ações ajuizadas pelo MPF/RO contra ele e ex-secretários seus. 

Quem se diz guiado por Deus jamais cometeria as barbaridades de que tem sido acusado Sobrinho. Sequer entraria na política, pois o Divino não se mistura com as coisas do mundo. É como azeite e água.

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