GUAJARÁ – Rumores, isolamento e filas – Por Ariel Argobe

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Foto: Divulgação

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As populações da cidade de Guajará-Mirim, dos distritos do Iata e de Surpresa, além de diversos núcleos rurais, há mais de uma semana vivem momentos de angústia e medo, desde o fechamento de trechos das rodovias federais 425 e 364, para tráfego de caminhões de carga, ônibus intermunicipais, estaduais e de turismo, e para carro de passeio, em decorrência das cheias, sem precedentes, dos Rios Mamoré, Araras e Madeira.

Com o fechamento das rodovias federais, fica isolada do restante do Estado Rondônia e do Brasil, e tudo indica que à mercê da própria sorte, mais de 42 mil pessoas, só do município de Guajará-Mirim, sem contar com a população de Nova Mamoré.

Para abastecer os dois municípios, usando estradas alternativas, motoristas de caminhões e ônibus de passageiros fazem impressionantes relatos de verdadeiras aventuras enfrentadas em estradas rurais, de chão, sem as mínimas condições de trafegabilidade e únicas alternativas para se chegar aos municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré.

A indústria do boato pipoca por todos os quadrantes das duas cidades, e corre como rastilho de pólvora, assombrando muita gente, dando conta que vai faltar de tudo, inclusive energia. A população corre para mercearias, feiras, pequenos comércios e supermercados, comprando alimentos em quantidades já controladas pelos donos dos estabelecimentos, para estocar em suas casas.

Sem uma gota de gasolina, etanol ou diesel para o cidadão comum - pois os estoques mínimos mantidos são para abastecer a frota da polícia militar, civil, federal, ambulâncias e viaturas do Corpo de Bombeiros Militar - de ontem, terça-feira 18, para hoje, quarta-feira 19, a cidade foi torpedeada por várias saraivadas de fofocas, chacoalhando a cidade, dando conta que estavam chegando caminhões-tanques, para abastecer a cidade.

Grandes filas de carros e motos se formavam nos postos de gasolina, por longas horas, varando pela madrugada, até a chegada de contrainformações, dando conta de que a informação não era verdadeira, ou que o caminhão atolou - e não pode continuar, ou que retornou com a carga, por algum motivo.

O fato é que hoje, 19, as filas continuaram crescendo por todo o dia, nos postos de gasolina da Pérola do Mamoré, na esperança de que algum filho de Deus consiga chegar até aos desassistidos, com combustível e botijas de gás, para atender a população já aflita e desesperançada. Hoje, provavelmente a população fará mais uma noite de vigília e serão nos postos de gasolina da cidade.

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