Por qual situação de emergência passa a capital de Rondônia?
Tapar com celeridade e qualidade os milhares de buracos que transformam as ruas de Porto Velho num arremedo de solo lunar? Melhorar sistema de drenagem de águas fluviais que no período de inverno amazônico nos deixa ilhados? Finalizar as obras do complexo dos viadutos? Fazer as UPAs funcionarem com dignidade no atendimento ao cidadão?
Posso escrever 10 laudas enumerando os problemas que nos afligem. E posso com todas as letras garantir que a única situação que não temos emergência é na contratação “emergencial” de uma agência de publicidade para divulgar a gestão de Nazif.
Fique claro que não sou contra o município ter sua verba de publicidade para divulgar ações em favor da comunidade, como por exemplo, uma campanha de vacinação. Mas tem que ser feita uma licitação regular, como manda a lei 8.666/1993.
Inclusive, um procedimento ordinário já tramita na comissão de licitação da prefeitura, mas fazer como manda a lei, com a conhecida burocracia brasileira demora um pouco. E Nazif está com a faca no pescoço para atender a sanha de grandes veículos de comunicação, que não vivem sem as migalhas da publicidade institucional da prefeitura de Porto Velho.
Nesta condição de refém, com medo de “apanhar dos grandes” Mauro Nazif determinou ao seu coordenador de comunicação, o jovem Emerson Lopes que atropelasse os ditames da lei, criando um embuste marqueteiro onde se afirma que a capital de Rondônia tem emergência para dar publicidade nas suas ações. Mentira da grossa, digna de entrar para o anedotário popular rondoniense.
Alega que tem emergência para divulgar uma campanha de combate a dengue, mesmo já estando fim de março e por consequência, chegando o fim do período de inverno amazônico, quando caem sensivelmente os índices da doença na capital. Sem falar que ninguém ouve falar de alguma epidemia da doença na capital. Alias caro leitor. Não duvide se surgirem reportagens dizendo que a dengue está assolando a capital. Faz parte do combinado com os “grandes” para dar legalidade a bandalheira. Também dizem que é necessário informar o período de início das aulas, mesmo as crianças já estando quase no final do 1º bimestre do ano letivo.
Para piorar o esculacho, uma informação que foi divulgada por jornalistas que cobrem os bastidores da politica local, de que a empresa que ganharia a licitação “emergencial” era a BPSI Brazil foi confirmada. Como diziam ( inclusive este escriba - leia aqui) até as pedras do rio Madeira já sabiam do “esquema”. Uma vergonha para a gestão Mauro Nazif que parece acreditar que ainda está no Congresso Nacional, a mais notável casa do baixo meretrício nacional.
Não quero discutir os méritos da agência BPSI, que ao que tudo indica, é capaz de realizar campanhas publicitárias públicas e privadas com competência. O que se discute são os modos de contratar, direcionando claramente a licitação em favor da empresa.
Seis agências atenderam o chamado do turco Nazif. A classificação das empresas que foi ditada por servidores públicos ( outra excrecência neste processo emergencial) garantiu a BPSI o primeiro lugar no quesito técnico (critério subjetivo) e segunda colocação em preços.
A Minha Agência, empresa que atende o Governo do Estado ficou em primeiro nos preços e segundo na técnica. Convocaram a BPSI para saber se a mesma cobria os preços da referida empresa, com a BPSI concordando em baixar valores abaixo da Minha Agência para “ganhar” o emergencial. Quase um leilão às avessas, que fere o principio da isonomia entre os participantes.
Para finalizar, o processo 02.00002/2013 já foi encaminhado a Procuradoria Geral do Município para parecer e posterior assinatura do contrato, fechando um ciclo que demonstra que Nazif não é diferente da maioria dos políticos brasileiros.
Cabe ao Ministério Público cessar esta sandice, esta afronta a moralidade no serviço público que visa tão somente “acertar” a imprensa cordeira e omissa, viúva de Roberto Sobrinho, que ajudava a vender uma cidade que não existe. Uma fraude administrativa em que até a Bailarina da Praça e o Pedro da Ascron já sabia quem ia ganhar.
Fique claro que a única e verdadeira emergência é pagar uma mídia ajoelhada que está acostumada a comer na mão do “alcaide”. Seja ele quem for...