Como um país incentiva a vagabundagem e transforma o trabalhador em otário – Por Sérgio Pires

Como um país incentiva a vagabundagem e transforma o trabalhador em otário – Por Sérgio Pires

Como um país incentiva a vagabundagem e transforma o trabalhador em otário – Por Sérgio Pires

Foto: Divulgação

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Um zelador fez as contas e o conhecido nome da comunicação, Everton Leoni, apresentou o resultado no programa Papo de Redação, na rádio Parecis FM. Por A mais B, o homem, pai de família, batalhador, chegou à conclusão que recebe muito menos, trabalhando duro para ganhar 830 reais por mês, incluindo horas extras, do que se decidisse virar desempregado. Se ficasse no bem bom, teria mais grana – sem fazer absolutamente nada – com os chamados “programas sociais” do governo federal. O zelador fez as contas e Everton Leoni foi checar. Não deu outra. Ficou claro que o desempregado, o que não quer saber de trabalhar, aquele tipo que achou um cabelo no serviço e pegou nojo, pode viver muito melhor, com mais dinheiro no bolso, do que um otário que trabalha de sol a sol.

Vamos às contas: o Bolsa Escola, para uma família como a do zelador, com dois filhos, é de 175 reais por criança. Total, 350 reais. O Vale Gás é de 70 reais. Se não forem trabalhar, o pai e a mãe receberão um total de quatro passagens diárias, somando, em 20 dias, mais 160 reais. Quanto já temos ai? 350 +70 +160 = 580 reais/mês. Terminou? Claro que não. Tem mais. Tem o Vale Refeição, a 3,50 reais por dia, totalizando, em 30 dias, mais 420 reais. Mais aqueles 580 reais, chega-se a um total geral de 1.350,00. Sem sair de casa, sem fazer nada, sem levantar cedo, sem horas extras, sem problema algum, o dependente dos programas sociais do governo, nesse cálculo simples apresentado aqui (sem computar algumas outras vantagens), ganharia exatos 520 reais a mais do que o operário trabalhador. Então, para que trabalhar? Os números são impressionantes, assustam, deixaram a todos no Papo de Redação –e certamente aos milhares de ouvintes – boquiabertos. Pelo absurdo, pela forma com que o governo incentiva as pessoas a optar por viver de benefícios sociais (pagos com os impostos de todos nós), porque, se forem trabalhar duro para receber, por sua batalha diária, os salários que o mercado paga, estarão passando recibo de idiotas.

FÁCIL DEMAIS

É nisso que se transformou o Brasil do assistencialismo. Claro que há muita gente que vive na miséria e que precisa do apoio do poder público. Mas a questão é que a coisa se ampliou de tal modo, tornou-se tão fácil receber dinheiro sem nada dar em troca, que o zelador, personagem da nossa história, sai de casa todos os dias para cumprir sua missão, se achando um grande panaca, por ser trabalhador e dar duro para sobreviver. Pobre Brasil!

TERROR DOS POLÍTICOS

A BR 364 está se transformando no terror dos políticos, que tem que percorrê-la seguidamente e o farão muito mais ainda, durante a campanha eleitoral que se avizinha. Ela já matou o deputado federal Eduardo Valverde, um ex vereador de Cacoal e agora o prefeito de Alto Alegre dos Parecis, vitimado em acidente junto com seu motorista. Não dá mais para transferir qualquer decisão: do jeito que está, nossa BR vai continuar matando. E os políticos, vítimas em potencial, precisam se mobilizar. Até para salvar a própria pele.

SÓ PAPO FURADO

Pois a BR 364 continua no noticiário, pelo risco que oferece, pelas tragédias que causa, pelo abandono a que está relegada. Todos os dias se ouve promessas de solução, que, obviamente, nunca chegam. Agora aparece uma tal de parceria público-privada, que, pelo menos em outras regiões do país, não deu certo em absolutamente nada. Não se sabe até quando vão nos enrolar e permitir que tenhamos que andar, todos os dias, numa rodovia que tem se tornado o caminho mais curto para o cemitério para dezenas de

rondonienses.

O MESMO PMDB

A expectativa dos próximos dias é sobre qual o caminho que seguirá o PMDB de Porto Velho em relação à disputa da Prefeitura de Porto Velho. Até agora, o partido só pensava em candidatura própria, mas, como em eleições anteriores, não há consenso sobre o nome do pré-candidato que lançará. Sabe-se que o senador Valdir Raupp anda conversando com o PT nacional, mas, por enquanto, uma aliança só seria concretizada para o segundo turno. Até meados de março, o partido deve definir o seu rumo.

TRIO PRONTO

Há pelo menos três pré-candidatos na Capital que já estão com tudo pronto para colocar a campanha na rua, tão logo seus nomes sejam oficializados em convenções de seus partidos. O trio é composto por Lindomar Garçon (PV), Mauro Nazif (PSB) e Miguel de Souza (PR). Eles já estão fardados, com planos preparados e pesquisas nas mãos, para entrar de sola na campanha. Vão sair na frente de outros nomes que ainda estão apenas na fase da cogitação.

TRANSPARÊNCIA E POLÍTICA

O governo rondoniense vem jogando limpo com os professores, dizendo o que pode fazer e o que não pode. A transparência no debate das questões que envolvem salários dos mestres é digna de destaque. Já o Sintero coordena mais uma greve com a certeza de que suas principais reivindicações não serão atendidas por absoluta falta de recursos dos cofres do Estado. Uma paralisação com fundo político, que vai acabar, mais uma vez, resultando em poucos avanços para a categoria e um grande prejuízo para milhares de estudantes. Uma pena que a sociedade rondoniense ainda tenha que ser submetida a esse tipo de ação.

FLAGELADOS

Uma tragédia o que está acontecendo com o Acre. Mais de 130 mil pessoas atingidas pelas enchentes. Nossos irmãos acreanos precisam de ajuda e, mais que nunca, é necessário que se demonstre por eles toda a solidariedade possível. Por aqui, temos que torcer para que essa temporada de chuvas violentas não chegue, com o mesmo terrível resultado, às cidades rondonienses. Em várias comunidades rondonienses, já há muitos flagelados. Tomara que essa temporada das chuvas passe logo.

PERGUNTINHA

Será que não seria justo que os trabalhadores brasileiros tivessem o mesmo privilégio dos membros do Congresso Nacional e de várias Assembleias Legislativas do país, que recebem 15 salários por ano?

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