O assoreamento do rio Madeira, na travessia da balsa do Abunã, já está causando prejuízos para o setor empresarial
A seca intensa neste verão já está causando prejuízos para a região Norte e pode deixar o Estado do Acre sem o abastecimento de produtos de necessidades primárias. Mais uma vez a travessia da balsa do Abunã sofre com o assoreamento do rio Madeira e, os veículos como carretas e caminhões, correm grande risco de perder suas mercadorias por conta da impossibilidade de atravessar.
A balsa fica na BR 364, há 250 quilômetros de Porto Velho, é o único caminho para se chegar, por terra, ao Acre e para a saída do Pacífico. A condição já está crítica; máquinas como tratores, rebocadores e escavadeiras estão auxiliando no desencalhe. A saída é aportar poucos veículos por vez para a travessia. No ano passado os caminhoneiros formaram filas e passaram mais de 12 horas esperando. O problema é que muitas cargas são de alimentos perecíveis. Somente neste período, os prejuízos somaram mais de R$30milhões.
Garimpos clandestinos contribuem para o assoreamento do Madeira
Além da formação natural dos bancos de areia no meio do rio Madeira, típico dessa época do ano, a Feomercio de Rondônia, juntamente com a Marinha do Brasil, identificou garimpos clandestinos que estão intensificando ainda mais o assoreamento do local. No início de agosto, atendendo ao pleito da Federação, a Marinha do Brasil, com apoio de policiais rodoviários federais e do IBAMA, foram notificar esses garimpos, mas a atividade, além de estar irregular, continua contribuindo para o encalhe da balsa.
No final do mês de julho, o Dnit e a Antac, em reunião na sede da Fecomercio, prometeram resolver o problema, deslocando de Humaitá (AM) para o local uma draga para a retirada da areia no caminho de passagem da balsa, mas até ontem, os órgãos não tomaram as providências. “Estamos tentando evitar um caos. Esta é uma responsabilidade específica dos órgãos que cuidam do transporte terrestre e aquaviário. Se continuar assim, o Estado do Acre vai ficar, mais uma vez, em condições alarmantes”, disse o presidente da Fecomercio, Raniery Coelho.
A Fecomercio está encaminhando um ofício, anexando todo o histórico do problema, inclusive sobre a ação do garimpo, para a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), IBAMA, à Cooperativa dos Garimpeiros do Rio Madeira (Coagarima) e, ainda, vai cobrar, mais uma vez, a promessa de dragagem feita pelo Dnit e Antac.