OS ESCÂNDALOS E A LETARGIA - Por Edilson Lobo do Nascimento

Da Redação

25 de Junho de 2011 às 10:58

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OS ESCÂNDALOS E A LETARGIA - Por Edilson Lobo do Nascimento

Foto: Divulgação

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Os escândalos no Brasil contra a dignidade e os bens públicos vêm se sucedendo em todos os níveis e em todas as esferas, com gradações e matizes para todos os gostos, porém o que se observa é que a letargia é geral. De pronto deve-se afirmar de que o homem na sua essência não é corrupto, mas ela a corrupção é um desvio de conduta adquirido pela cultura, ou seja, é um processo de aprendizagem.

O que se vem observando é a banalização da ética, e nesse sentido, o povo brasileiro vem perdendo a credibilidade tanto nas instituições, quanto nas pessoas. Com isso ao invés de indignar-se, tem ficado inerte, impotenteem face de tanta podridão existente nos subterrâneose na superfíciedos poderes, não tendo esperança passa a relativizar tudo, como diz Francisco Oliveira em seu livro publicado no período de "chumbo", O roubo é Livre.

A velocidade com que os escândalos se sucedem não dá tempo para os pobres mortais processá-los com a acuidade necessária. Na esfera federal só para citar um escândalo recente, o enriquecimento ilícito de Antônio Palocci (ex-ministro da Casa Civil) através do tráfico de influência, e com o agravante, a questão foi abafada com o pedido de arquivamento do processo pelo órgão público da República responsável pela investigação – Procuradoria Geral da República – uma vergonha e uma desmoralização.

No âmbito do Estado são recorrentes as denúncias de desvio de conduta nos procedimentos de gestão do erário público.

No município de Porto Velho, capital de Rondônia se vem acompanhando a falta de responsabilidade com a coisa pública pelo executivo municipal: inúmeras obras inacabadas, denúncias de superfaturamento, má gestão dos recursos, incompetência administrativa e até pronunciamento acusatório da bancada do Partido do próprio prefeito Roberto Sobrinho (PT), contra os desmandos, fraudes, corrupção e o mais sério é que a denúncia afirma que o próprio chefe do executivo municipal Roberto Sobrinho é o líder da quadrilha, ou seja, de ladrões. Essa situação de completo descalabro fragiliza a democracia, tripudia a ética e leva nossa cidade ao caos, pois o fruto da corrupção tem implicações nefastascomo o analfabetismo, à falta de leitos nos hospitais,transporte coletivo de péssima qualidade, déficit nahabitação para as pessoas pobres, em fim,gera a falta de infraestrutura em todos os níveis para a população que vive tanto no centro urbano, quanto na zona rural.

Por outro lado a Universidade Federal de Rondônia (UNIR) lugar que deveria ser um espaço acadêmico saudável, umambiente destinado à produção do conhecimento, da construção do exercício pleno da democracia do aprimoramento das relações interpessoais, e acima de tudo onde deveria se manter o respeito pelo contínuo exercício do livre pensamento, uma escola de ensino-aprendizado, um espaço, portanto para a saudável transgressão;o que deveria se constituir num ambiente de grandeza para a sociedade também tem andado a reboque dos grandes escândalos.

Todos os semestres a UNIR têm frequentadoas páginas dos noticiários de forma negativa, como o escândalo no curso da medicina em que alguns estudantes que não conseguiram aprovação por terem classificação muito baixa, recorreram internamente e ganharam o direito de revisão das provas, uma banca foi montada, elevada as notas, e com isso esses candidatos, antes reprovados, ganharam odireito de ingressarem na justiça, e mesmo não tendo vaga, foram matriculados – uma imoralidade; recentemente a reitoria publicou duas listas de aprovados no vestibular 2010; as sentenças judiciais não são cumpridas, quando se trata de ganhos trabalhistas.Os escândalos mais recentes envolvem a Fundação RIOMAR (fundação de apoio a UNIR) em que as direções estariam desviando recursos de projetos,muitos procedentes de verbas federais.

A questão que se levanta é: Até quando a sociedade de Porto Velho e no caso da UNIR os professores, os técnicos administrativos e alunosvão ficar passivamente de braços cruzados vendo a instituição que deveria ser orgulho sendo vilipendiada e jogada no lixo, da mesma forma como as denúncias que se assiste de situações deploráveis ocorrendo na Prefeitura de Porto Velho? Quem sabe faz a hora [...] como diz Geraldo Vandré.

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